Natal..
Sensibilidade a flor da pele. Sentimentos complexos que se reúnem em um momento do ano. Quantos personagens vivemos nesta vida? Quantos de nós agradamos? Ser forte, ser autêntico, ser fiel a nós mesmos. Amadurecer. Tentar entender que pode ser pior ainda mais. Reunião de família, escolhas. Lutamos todo um ano para apenas existir.
Vivemos em uma marcha lenta. Cada dia, um dia a menos na existência material. Somos forçados a respirar, a comer, a nos exercitar. Tentamos ganhar mais tempo aqui nesta terra. Queremos pagar as contas, queremos comprar a roupa, o perfume, sorrir. Eu queria fechar os olhos e só os abrir quando for prometido danças, abraços, olhares sinceros e de amor.
O Natal ele quer nos dizer algo a todo momento. Mas quem deseja ouvir, um personagem morto que não existe há muito tempo dentro de nós? Somos silenciados e silenciamos os outros que querem nos dizer algo importante. Porque, na verdade, o que sempre importa é o nosso ego dizer o que devemos fazer. Qual ciclo de amizades devemos agradar.
Transitamos em grupos sociais, porque não aguentamos ficar sozinhos com nós mesmos. Mas quão belo e quão divertido é a solitude. Na verdade, desejamos saúde, dinheiro no bolso para comprar algo que nos dê prazer. Quão gostoso é uma dose de bebida, um trago no cigarro, uma comida apimentada. Tudo isso faz mal ao nosso corpo, que se deteriora e se definha. Se comemos muito, se comemos pouco, de dormimos, se acordamos. Está determinado, não há nada que possamos fazer.
Mas ainda se emocionamos, ainda gostamos de viver esse momento. Por mais que ele passe rápido. Queremos mergulhar e sentir a brisa, sentir a magia. Talvez seja melhor assim. Saber que antes do fim, existem dias bons, em que nossa alma sente um pouco do que pode ser a vida pós-morte. Será que tem essa fuga?