ENTÃO É NATAL, E O QUE VOCÊ FEZ?
Então é Natal, e o que você fez? O Natal é uma época em que as pessoas se solidarizam, trocam presentes, abraços e, muitas vezes, gastam bastante dinheiro — e o fazem com alegria, afinal, o Natal é uma festa. Até mesmo os corações mais duros e avaros costumam se abrir, ainda que temporariamente, tornando-se mais solidários e sensíveis. O Natal é um momento de alegria, de paz, e, querendo ou não, somos contagiados por esse clima. Há muitas coisas bonitas e verdadeiras nessa celebração, como a felicidade estampada nos rostos, mesmo que passageira. É visível o frenesi das pessoas indo e vindo com suas compras, enquanto as cidades se enchem de luzes e cores.
No entanto, por mais que eu aprecie o Natal, não consigo enxergar verdade na mensagem que ele carrega, pois está impregnada de contradições e invenções.
Estava caminhando pela cidade quando deparei-me com um Papai Noel enorme. Fiquei olhando para ele e, coincidentemente, ao abrir a boca para falar, percebi que estava a sós e falava comigo mesmo. O que tem a ver um país tropical, com temperaturas de até 40 graus, com um senhor vestido para enfrentar o frio dos Alpes suíços, puxado por renas voadoras? Olhei para ela, as renas, e pensei: “Que ridículo!” E rio comigo mesmo.
Se você refletir, chegará à mesma conclusão. É cômico, para não dizer trágico, como o ser humano é tão inclinado a acreditar em histórias inverossímeis, rejeitando o que é verdadeiro e óbvio. Muitos negam a existência de Deus e que o mundo foi criado por Ele, mas acreditam em Papai Noel, duendes e gnomos. O pior é que essas ideias são passadas para os filhos, depois para os netos, perpetuando algo sem fundamento como uma verdade incontestável.
E o que o Natal tem a ver com Jesus? Para mim, nada, a não ser aquilo que os homens criaram. Trata-se de uma estratégia comercial para impulsionar as economias. Não há qualquer evidência de que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro. A Bíblia não menciona a data exata de Seu nascimento.
Antes do século IV, o Natal era celebrado em diferentes datas, dependendo da região. Foi apenas quando Roma, no auge de seu poder, adotou o dia 25 de dezembro como oficial, que a data se consolidou. E por quê? Porque essa data já era marcada por festividades pagãs celebrando o início do inverno. Assim, o mito do Natal foi simplesmente incorporado.
Quanto à árvore de Natal, dizem que no século XVI, Lutero, encantado pela beleza de um pinheiro coberto de neve sob o céu estrelado, reproduziu a cena em sua casa, decorando uma árvore com velas, algodão e outros enfeites. Outras histórias circulam, mas essa é uma das mais conhecidas.
Dito isso, é evidente que quase nada no Natal tem origem em Jesus ou ligação com Ele. É tudo fruto da imaginação humana. Contudo, existe algo verdadeiro no Natal: o "espírito natalino".
Ainda que os contos sejam mitos, as pessoas acreditam e, por acreditarem, fazem coisas boas, ressaltando o que há de melhor na humanidade. No Natal, mesmo o homem mais endurecido demonstra traços de bondade, compaixão e generosidade, revelando o reflexo do divino que existe em todos nós. As pessoas se tornam mais humanas, mais tolerantes e compreensivas, mesmo que por poucos dias.
Deixando de lado as críticas, a questão é: o que você faz no Natal? Porque, com ou sem Natal, sendo ele uma invenção ou não, somos cristãos. E não há mal algum em abraçar esse espírito, decorar nossas casas, reunir a família para uma ceia, trocar presentes, distribuir sorrisos e abraços. Podemos declarar nosso amor às pessoas queridas, desejar um Feliz Natal e um próspero Ano Novo.
Então, vamos amar as pessoas como elas são. Vamos perdoar e nos permitir ser felizes. Afinal, o Natal é o que você faz dele. E o que você faz pode ser autêntico, genuíno, verdadeiro.
Pense nisso e faça o seu Natal. Feliz Natal para você e para todos que estão ou estarão ao seu lado!