NATAL X PAPAI NOEL

Quando eu era pequenina, pouco do mundo conhecia,

Morava em meu Ventura e ansiosa esperava o dia

De viajar para a cidade, onde tanta novidade havia.

Muitos carros, tanta gente, cinema, televisão,

Parecia outro mundo e apesar da confusão

Eu ficava animada, bem alegre e contente.

Em meu pequeno vale, muita coisa tinha não

Mas tinha coisas bonitas aos olhos e ao coração

Um rio e um pequeno riacho banhavam aquele chão

Mato verde e nos morros o alvo manto da cerração.

Quando chegava o Natal tudo ganhava mais cor

O sol brilhava mais forte, a lua mostrava imponência,

Estrelas brilhavam no céu celebrando o amor do Pai

Que Jesus nos enviou, para mostrar a verdade

Um exemplo de humildade, numa manjedoura deixou.

Lá em casa a minha mãe, um rústico presépio montava.

Talvez fosse o mais verdadeiro, nada nele era comprado

Areia, pedras e folhagens, tudo pela natureza doado.

A cada ano relembrávamos, o Divino significado.

E a árvore de Natal então que me encantara num cartão?

Enfeitava um galho seco que cobria com algodão,

Com flores de papel de seda, algumas de papel crepom

E na minha doce inocência, esperava com paciência

O momento especial, que Papai Noel passasse

No meu quarto e deixasse, o meu presente de Natal.

Não era um presente caro, mas tinha muito valor,

Nessa hora é que entrava, a criatividade, o amor.

Qualquer coisa era bem vinda, havia a conscientização.

Eram muitas crianças, muitos sonhos a realizar

Por isso Noel poderia naquela noite não passar.

Assim eu me conformava, de nenhum presente ganhar

E o Sonho do Natal continuei a cultivar.

Quando ainda com dez anos minha mãe pra Deus voltou.

Acabaram-se os sonhos e em lugar das alegrias,

Só o vazio, a saudade e a tristeza restou

Mas Deus em sua bondade, nunca me abandonou.

Voltei a sonhar com o Natal sem as estrelas de Ventura

Mas com o brilho da ternura que vi nos olhos do meu filho.

Ensinei-o a vigiar, orar e também compartilhar

Que o imenso legado de Jesus, não termina numa cruz.

Papai Noel não existe, coelho-da-páscoa, nem fada,

Mas no dia que a fantasia deixar de ser cultivada

Morrerão também os sonhos, nos entregaremos ao nada.

Não precisa ter dinheiro para se dar uma lembrança

Quando se tem o amor e em Deus a confiança,

Uma florzinha do campo, na janelinha deixada

É motivo de louvor, de alegria e esperança.

FELIZ NATAL!!!!!!

Fátima Almeida

23/12/16

Fátima Almeida
Enviado por Fátima Almeida em 23/12/2016
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