NATAL
Natal.
Deixa na memória dos mais velhos, marcas visíveis dos tempos de outrora.
O Natal,era aquela festa de familia. Era o tempo em que os avós voltavam a ser crianças.
Á volta da fogueira, no mais humilde casebre, na casa mais abastada da aldeia, o Natal tinha mais encanto.
As mães, as avós esmeravam-se por alindar essa noite. Não importava que em alguns lares houvesse as mais estranhas iguarias, no mais humilde lar havia sobretudo amor.
O crepitar das chamas na lareira projetava sombras de alegria. Os mais velhos dividiam com os mais novos os jogos, o riso a alegria.
Alegrava o cheiro da comida, feita com carinho, que só o amor com que era feita pode dar.
Finda a noite, finda a ceia como então se dizia, as crianças,mesmo aqueles que já não o eram continuavam os seus jogos.
Os mais velhos, aqueles que por um momento voltavam a ser netos, aos poucos iam adormecendo. De cansaço, mas também de alegria,pouco a pouco, devagarinho sem ninguém ver eles sentiam uma lágrima de felicidade. Aquela lágrima que brota e fica presa no coração.
Aquelas faces, onde a charrua deixou sulcos de uma vida vivida. Eram faces felizes.
E O NATAL de Hoje?
Tem esse encanto? Tem Essa beleza?
Em alguns lugares, em alguns lares sim.A tradição a custo se vai mantendo. Mas sem aquele amor, aquele carinho que lhe davam aquelas aldeias velhinhas, perdidas entre serrarias.
Hoje! Neste tempo de guerras, miséria, falta tudo; o amor, o carinho, o respeito, foram substituídos pelo ódio, onde havia vida hoje há morte.
Será pedir demais. Será crime ou castigo pedir que o NATAL volte a ser aquilo que sempre foi? Não apenas uma palavra? Pois pedimos, eu peço que Deus nos dei-a o NATAL que os homens nos tiraram.