CONFUSÃO DE SENTIMENTOS

Enquanto o mundo se enfeita, à espera da grande festa, eu vivo meus dramas internos, meus momentos de tristeza. Faço meu balanço... e volto ao interior das minhas gavetas para remoer coisas. Revivo minhas crises, angústias e culpas.

Eu sei que é tempo de festa, de amor, de celebrar o nascimento de Jesus... Até me emociono com o clima, com as luzes, com as canções natalinas. Mas, de verdade, esse período me traz uma enorme confusão de sentimentos, com gosto meio amargo. Embora eu tenha, não posso deixar de reconhecer, uma extensa lista de graças alcançadas este ano. Fui muito abençoada. E tenho certeza de que muitas outras bênçãos virão.

Cumpri todo o planejado e um pouco mais. Tive além do que pedi aos céus. Mas um pedido, um bem especial, não pode ser atendido. É este, talvez, o tal brinquedo que não tem, declarado na canção. E nem presépio, árvore de natal, ceia, troca de presentes, preenche esse vazio em mim, que não sei explicar.

E quando vierem os fogos da virada, e com eles os saltos no meu peito, tomado de anseios, desejos e sonhos, meu rio estará vivo, correndo sobre minha face, ao se despedir o velho, abrindo os horizontes para o novo. É o que me resta.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 02/12/2015
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