NESTE NATAL
Vi crianças desnutridas mendigando migalhas, o pão dormido nas noites indormidas de seus pais ausentes.
Vi a mãe esquelética em alvoroço, na tentativa vã de amamentar seu filhinho, ainda em tenra idade na noite fria de Santa Claus.
Vi pai esmolando, perambulando de casa em casa, a buscar o alimento, o sustento de seu lar.
Vi e senti a família desestruturada, destroçada, pessoas amargas, amarguradas, sem o natal comemorar.
Vi filhos sem pais e pais que perderam seus filhos numa inversão de valores e... Neste Natal pouco ou nada puderam festejar.
Vi e senti amigos distantes que com eles não pude comemorar... Alegrar-me e também me ufanar. Em sua ausência só chorar.
Vi trabalhadores garantindo o lucro do patronato, em pleno Natal, sem poderem descansar... Semblantes pesados, rostos marcados, situação a lamentar.
Vi pobres sem esperança e a esperança que não bate à porta dos pobres jogados num mundo insano e no qual se põem a vagar.
Percebi, então, que nem todo
mundo é filho de papai Noel.
Hoje nasceu um Menino que de
tão Divino se fez muito humano.
Agora vejo
O pão mitigado para as crianças que se farão nutridas,
A mãe robusta que calmamente seu filhinho acalenta,
O pai que já não precisa implorar, pedir ou esmolar,
Famílias restauradas e na felicidade confirmadas.
Vejo ainda
Filhos e pais que se abraçam no reencontro único que nada os pode separar ou superar.
Amigos que agora já não são tão distantes... E na ufania, por eles posso me orgulhar.
Trabalhadores respeitados em seu direito de também no Natal, poderem festejar...
E Os pobres? Ah! Os pobres. Podem não ser filhos de São Nicolau, de Santa Claus ou de papai Noel.
Mas acolhem Jesus-Menino na manjedoura de seus corações agora plenos de Esperança!