PRESENTE DE NATAL
Naquela noite, os sinos das igrejas ecoavam...
Quem participava dos corais encantava as fachadas dos prédios históricos. Nas guirlandas, o brilho e as cores características da época natalina.No olhar das crianças que adormecem diante das cores dos semáforos, aguardam ser presenteadas com uma noite de céu estrelado, para que os pingos de chuva não desfaçam as suas camas improvisadas.
O brilho das esquinas e das avenidas não refletem na mesma intensidade para essas pessoas.
Mas o simbolismo do comércio atrai e deixa embevecidos os que dormem em frente às vitrines e também os que usufruem desses estabelecimentos que geralmente estão repletos de adornos e de árvores que refletem e fascinam.
Árvores artificiais rodeadas por toda a flora que nos presenteia com os pinheiros de folhas fartas e exuberantes.
As folhas dos pinheiros são embaladas pelo vento, feito os sinos na noite de Natal.
Uma noite para nos confraternizarmos e entregar ao mestre maior a nossa gratidão por essa vida que nos oferta oportunidades diárias de nos presentearmos com a nossa busca evolutiva.
Qual presente seria mais importante que um sorriso de gratidão, um aperto de mão, um olhar de cumplicidade ou de um cartão de boas festas para amenizar a saudade, esta que se espalha pelos quatro cantos da cidade.
Já a Veneza Brasileira fica repleta de luminosidade. E, se não fosse a poluição das águas dos rios que banham as cidades, poderíamos nos banhar por toda extensão de fontes cristalinas. Mas apenas no Natal, sem poder banhar-se nos afluentes, o cidadão caminha com a sua caixinha de Natal e aguarda ser saudado com a sua humildade do outro em ofertar.
Apenas deleita-se na brisa rodeado de prédios que dilatam em suntuosidade.
Mas não são apenas os jovens, adultos e o bom velhinho que representam na íntegra toda essa festividade.
O presente desta noite parte de uma expressão serena que é o modelo da humanidade, é quem nos guia e nos conduz a toda essa luminosidade.
Aguarda de nós causas nobres, nos semáforos ou em condomínios que dilatam em suntuosidade.
Porém, ele veio da plenitude que caracteriza a simplicidade. Foi da manjedoura o grande Mestre de Nazaré que nos trouxe a filiação do seu Pai Maior e nos deixou há mais de dois mil anos a certeza de que a nossa escala evolutiva ainda é precária. Porém, somos rodeados pela nossa luminosidade, que para expandirmos nessa condição devemos ser plenos em generosidade sem o apelo do comércio. Que seja um gesto que venha feito os afluentes de um rio e que a correnteza não leve o que pode ser o principal ato de caridade.Que esses gestos estendam-se não apenas no período natalino. Porém, qual é o presente mais importante?
Um sorriso de cumplicidade, um aperto de mão ou ser apenas um bom cidadão? Seja este jovem, adulto ou bom velhinho ou quem sabe apenas alguém quem caminha diante dos afluentes. Por isso, seja qual for o que venhamos ofertar ou ganhar, que possamos entender o verdadeiro sentindo desta data e do presente, pois, naquela noite, na hora da entrega do presente de Natal, os sinos das igrejas ecoavam.