FELIZ NATAL

FELIZ NATAL!

Já assisti a muitos programas que têm coisas a dizer sobre Jesus. De como ele não nasceu em dezembro, de como sua verdadeira imagem é diferente do que sempre se divulgou por aí e de como ele, na verdade, foi um homem do povo, um revolucionário, um cara que propôs mudanças para que um povo se erguesse diante da dominação de outro...

Já ouvi, já li, que ele era bom, que era gentil com mulheres e crianças e que também podia ficar muito zangado com quem buscava tirar vantagens das crenças alheias...Já vi imagens de um bebê fofinho, placidamente deitado na manjedoura, confiante na proteção de seus pais e cercado de amor, admiração e esperança...

Já vi e ouvi. Já li, porque leio bastante e já pensei porque é isso que fazemos, nós os que nos importamos com essas questões de quem somos, para quem e para que...O tempo passa, o mundo ia acabar, mas não acabou (ainda bem!) e mesmo assim, de um jeito muito maluco, acabou sim, para muitos de nós. Junto a todas as mensagens que inundam jornais, tvs, rádio, mídias eletrônicas todas e também o boca a boca, os cartões natalinos, etc, nos chegam também as notícias horrorosas de guerras, estupros, acidentes que podiam ter sido evitados, destruição, negligência...Desamor - suponho eu.

De que servem tantas informações e tantas maneiras de obtê-las se não nos levam a nada diferente do que acontece todo ano, dia após dia? Para que todas essas descobertas, se ainda se morre das mais prosaicas doenças? Qual a razão de tantos meios de comunicação, se ainda se morre (às vezes, pelas próprias mãos) da mais profunda solidão?

Quero crer, com todas as minha forças, com tudo que aprendi e que desejo aprender, que nós somos e fazemos, aquilo que conseguimos...! E creio, somos mais do que essa massa louca e indistinta que se debate em dúvidas ou que se agita sem saber para onde caminhar. Quero crer que o Natal, em dezembro ou em qualquer outra época, seja mais que as árvores lindas e brilhantes. Que o Natal, com ou sem neve, com ou sem ritos religiosos, com ou sem todos os presentes, viva em nós como esperança. Como a alegria de podermos encontrar outros de nós que ainda se importam...Como a responsabilidade de ainda nos importarmos...

Quero crer que se a morte vier (e ela virá) não carregaremos arrependimentos inúteis porque fomos capazes de fazer o que era certo (ou o que nos parecia assim); que se a solidão nos fizer companhia, saberemos que é ilusão, porque fazemos, todos nós, parte de algo maior. Quero crer que tudo que aprendi e que sonhei e que vivi vai permanecer porque fui capaz de não calar, de insistir, de trabalhar...

Quero crer que Jesus, ou ainda melhor, o que ele representa, vive em nós! Louro, negro, pardo, amarelo, pobre, rico, desta ou daquela casa, para quem acredita e quem tem dúvidas, para quem espera ou quem já desistiu, que ele seja mais que mensagens. Que seja uma companhia constante, um amigo presente, uma idéia inspiradora, não importa o nome que nós lhe dermos. Porque acredito que o divino, o sagrado, as forças que não somos capazes de compreender estão por aí, por aqui, em nós e ao nosso redor. É só olhar. Abrir a mente e o coração. Como não se encantar com o pôr-do-sol? Como ignorar olhos que pedem afeto, mãos que esperam calor? Como não perceber que a capacidade para isso e muito mais vive em nós?

Como podemos acreditar que somos e nos comportarmos como se fôssemos o lixo em que nos deixamos transformar quando tudo fica cinza? O contraste mora em nós. A dúvida nos acompanha, o medo ronda e muitas vezes somos menos que vermes. Muitas vezes nos perdemos de nós mesmos.

Creio que o sagrado vive em nós, mesmo quando nos mostramos incapazes de perceber. Creio que cada passo em direção a um mundo melhor (não importa o quanto dure a caminhada) nos levará para mais perto de nosso verdadeiro eu. Para mais perto do colo de Deus.

Então, o que eu lhes desejo (e também desejo para mim mesma) é que caminhemos. Que continuemos a caminhar em direção àquilo para que fomos criados. E que nos encontremos, não importa quando.

Feliz Natal! Hoje e sempre – 24/12/2012.

Raquel Domingues Pires

Raquel DPires
Enviado por Raquel DPires em 24/12/2012
Código do texto: T4051191
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