A PSICOLOGIA DO CRISTO
Jesus foi sem dúvidas um excelênte psicólogo. Conhecia com sua divina clarividência cada homem que fosse ao seu encontro. Não julgava, não recriminava, apenas lançava desafios de conformidade com as condições de cada um, sabendo o Mestre se esses estavam realmente dispostos a seguí-lo... Assim se deu quando um jovem rico expoe o desejo de seguir os passos do Cristo... Dissera conhecer a Lei, os mandamentos. Mas Jesus, consultando o seu interior, percebeu que aquele jovem não estava realmente preparado, era possuído por possuir muitos bens materiais. Como bem colocou o filósofo Huberto Hohden, em seu maravilhoso livro "O Sermão Da Montanha", o problema não está em possuir bens materiais, mas em sermos possuídos por eles. Então Jesus lança aquele jovem o desafio: "vai, vende tudo que tens, dá aos pobres e siga-me". O jovem se entristeceu, afinal era portador de muitas riquezas... E Jesus sabia muito bem, que ele ainda estava sob o domínio das mesmas... Não seria necessário, e principalmente nos dias de hoje, um abandono total das coisas materiais, mas o Mestre deixava alí uma lição preciosa para todos nós... Abandonar tudo que nos aprisiona para seguí-lo. Seguir a Jesus não é fazer um testemunho labial de fé, não é ser adépto dessa ou daquela religião, e sim estar disposto a matar o homem velho que ainda persistimos em manter vivo, e deixar nascer um homem novo, sejamos pobres ou ricos, precisamos seguí-lo limpos de coração. É a tão necessária reforma interior, que o próprio Jesus, como Mestre nos legou em seu Evangelho libertador. Muitos queriam e querem seguir ao Cristo, mas longe de proporem a si mesmos uma nova vida. Ainda temos nossas desculpas, por preferirmos o mundo, como por exemplo, precisamos antes irmos "enterrar nosso pai que morreu", desconhecendo que "deveríamos deixar o cuidado dos mortos do mundo enterrarem seus mortos". Na verdade, seguir a Jesus não é uma decisão fácil, precisamos estar dispostos a "passarmos pela porta extreita", a "tomarmos a nossa cruz"... Seguir Jesus é um ato de renúncia a tudo que nos escraviza, a vícios de toda ordem, em especial os vícios de ordem moral e espiritual, que são responsáveis pelos muitos outros vícios materiais, consequência de nossa mente ainda doentia. Não é uma questão puramente religiosa... Nos dias de hoje, melhor seriamos passarmos por uma longa terapia psicológica, para depois sim, sabermos se estamos em condições de seguir os passos do Mestre. O conselho de Sócrates, o grande filósofo grego, nunca esteve tão vivo como nos dias de hoje: "Homem, conheça a te mesmo". O natal, com todo o seu clima harmônico, fazendo-nos refletir melhor na figura sublime do Cristo, é uma oportunidade excelente para refletirmos: Queremos realmente seguirmos o Cristo? Aceitamos o seu convite? Então, que seja o propósito de transformação íntima o nosso primeiro propósito... Nenhuma transformação miraculosa, como dissemos, o Cristo é o psicólogo divino de nossas almas, ele aguarda apenas a nossa boa vontade em iniciarmos agora a nossa terapia de libertação...
Um Feliz Natal para todos nós!
Samuel