Um Papai Noel diferente.
Era um papai Noel nada convencional. Não tinha barba, nem usava óculos, era ainda bem magro.
A roupa vermelha dava lugar a calça jeans, camisa pólo e tênis.
Em vez dos tradicionais brinquedos, trazia consigo livros, muitos livros de contos, crônicas, quadrinhos, poesia, que distribuía entre a meninada.
Para diferenciar mais ainda, visitava as crianças de creches e orfanatos todos os dias 24 do mês corrente.
Os pequenos, acostumados com sua presença, lhe aguardavam ansiosos. É que aquele Papai Noel adorava dançar, e quando chegava, era ligado o aparelho de som e colocados os hit’s do momento. A festa começava ali, dançavam até se esbaldar.
Após a dança, tomavam um saboroso lanche e partiam então para o momento mais esperado: A hora da história.
Todos a postos em circulo, silêncio completo e olhos arregalados das crianças demonstravam a expectativa de cada um.
E começava o Papai Noel a falar sobre a vida de um peregrino que aqui vivera há dois mil anos. O personagem central daquele natal mensal era mesmo Jesus e sua mensagem de amor. Ali, Jesus era de fato lembrado e trazido para o cotidiano das crianças , ali longe do burburinho, das bebidas alcoólicas, do excesso de consumismo que hipnotiza muitos, das maledicências proferidas aos parentes que não compareceram a ceia, Jesus ressurgia triunfante, como o herói que traz a chama da esperança em um mundo melhor.
Amai a todos sem distinção! Dizia com inflexão de voz o Papai Noel, dando tom dramático a narrativa.
As crianças ficavam maravilhadas tal era a simplicidade e o encantamento daqueles contos. Emocionavam-se ante as parábolas do mestre, chegando inclusive as lágrimas quando havia o desfecho da história.
O Papai Noel, satisfeito por ser o porta voz de tão importante mensagem, prosseguia com emoção instruindo através das parábolas de Jesus aquelas crianças.
Ao fim da tarde, despediam-se e aquele exótico Papai Noel, partia acenando e dizendo:
- Até mês que vem, Feliz Natal a todos!
Caro leitor, eis uma dica para este Natal: Comemorá-lo junto a família e amigos lembrando a existência de Jesus.
Celebrando junto aos entes queridos a mensagem de amor que o sublime peregrino trouxe.
Alargando nossos laços de afeto e socorrendo não apenas aqueles que compartilham a consangüinidade conosco, mas sim, todos aqueles que padecem de conforto material e espiritual.
Infelizmente, muitas crianças sequer sabem quem foi o ilustre aniversariante, outras porém, apenas ouvem falar em Jesus nessa época do ano.
Oba! Natal é época de presentes! Exclamam alguns.
E Jesus, passa despercebido, esquecido mesmo entre os comes e bebes.
Quando jovem, adorava o Natal, lamentavelmente, não por Jesus e sua mensagem, mas porque o Natal me propiciava maiores oportunidades de homéricas bebedeiras.
Hoje vejo o quão enganado estava e quanto tempo perdi.
Alguns mais generosos costumam me consolar e dizem:
- Ora, você era jovem, estava aproveitando a vida!
Porém, caro leitor, sem medo de errar afirmo que aproveitar a vida é poder gozar os momentos na serenidade que a mensagem pacificadora de Jesus traz, sem a ilusória sensação de prazer que a bebida proporciona, ficamos mais receptivos a Boa Nova.
Tomara um dia, nosso banquete seja estabelecido com a paz do mestre, e que não lembremos dele apenas no Natal, mas sim, todos os instantes de nossa vida, trazendo suas lições para dentro de nosso lar, colocando nossas crianças perto de sua presença amorosa, e expandindo sua lição a toda comunidade, para que todos se envolvam de fato com sua palavra doce e esclarecedora.
A todos, feliz Natal!