O Espírito Natalino
Sabe qual é o verdadeiro espírito natalino?
Você acredita que é a fraternidade, a família, a celebração da vida! Foi o que nos ensinaram e é o que vemos em todas os anúncios e programas da tv, dos jornais, da imprensa de modo geral, não é?
Mas para que o espírito natalino se manifeste é preciso que você vá as compras, não é mesmo?
Então fazem você acreditar que se não tiver árvore (aquelas que vc só conhece pela tv ou de plástico) toda enfeitada de bolinhas brilhantes e pisca-pisca nao é natal, então você compra.
Fazem você acreditar que tem que ter uma mesa farta, com peru, vinho, champanhe, o tal panetone, entre outras coisas, você então compra tudo e convida a família.
Colocam na tua cabeça que o Natal só presta se tiver presente para todos, você, como sempre, faz o maior esforço do mundo para comprar tudo, pois você quer que tudo saia dentro dos conformes, não é?
Você liga a TV e vê um monte de gente com cara de feliz indo às compras, sente aquela inveja por dentro, mas levanta o nariz e diz: eu também posso ir...
Nessa época você até dá uma de caridoso e sai por ai colhendo alimentos, dando presentes em casa de abrigo, visitando velhinhos nos asilos, que bonitinho! Depois todos se esquecem que existe miséria, fome, frio, solidão, dor o ano inteiro e seguem suas vidas achando que já tem um pedaço do ceu comprado com suas boas obras no natal.
Viu como é fácil te seduzir com o espírito natalino? Viu como a mídia te manipula levando você a gastar e gastar?
O obeso Papai Noel nada mais é que o legítimo representante do capitalismo selvagem e você acredita piamente nele.
Agora você esta me achando um chato, pois você não admite que haja outra verdade além das neves que caem no natal do Brasil, além das renas, do trenó e do pólo norte...
Não quero a felicidade besta do natal materialista feito para corromper os homens com o espírito predatório do capitalismo.
Mas desejo a todos um ano novo cheio de reflexões, menos hipocrisia e mais criticidade para fazermos nosso caminho conforme nossa genuína vontade sem as motivações midiáticas do consumo e da divisão de classes.