VELHO ENGANADOR.
Chagaspires
Que tens tu a haver com a cena natalina velho mentiroso?
Não estavas lá no dia magnânimo.
Pelo desenrolar da história não te fazias presente em Belém de Judá na ocasião do nascimento.
Havia pastores, um boi e um jumentinho.
Haviam Reis Magos vindo do oriente.
Coro de vozes celestiais; uma manjedoura, o pai, a mãe e o divino infante, mas tua gordura e velhice inventada juntamente com tuas renas e trenó, só entraram para a história muitos milênios depois inventadas pelos comerciantes ávidos por dinheiro.
Tuas vestes vermelhas e brancas servem para compor o engano da tua criação.
Chamas atenção das criancinhas querendo tirar o brilho da estrela mais bonita do cenário.
Enches de fantasia a cabeça dos pequeninos sem ao menos teres dó nem compaixão daqueles coitadinhos cujos pais não podem comprar um brinquedo.
Tua fama atravessa o mundo como bonzinho, mas muitas vezes coloquei meu sapatinho na janela esperando encontrar uma lembrancinha e a decepção foi o que me restou.
Como ousas encher de esperança o coração de um pequeno ser sabendo das sequelas que irás deixar pelo engodo criado por teu personagem.
Sai da cena do Natal, pois tua pretensão já está manjada pelos que pretendes enrolar.
Tua patética presença não pode substituir o fulgor do nascimento daquele que veio para restituir o que foi perdido. Daquele que é o salvador do mundo.
Vieste de uma terra fria como a imaginação de quem te criou.
Eis pretensioso vil e enganador.
No meu Nordeste não existe chaminés nem lareira e nem sequer cai neve.
Fora mentiroso vai pra bem longe dessa noite maravilhosa.
Deixa que os coraçãozinhos se enterneçam com a magnitude do nascimento do Deus vivo.