Numa noite de Natal
Aos amigos do Recanto
Toni havia terminado seu curso profissional de nível médio numa Escola em outro Estado, distante setecentos quilômetros de sua casa. Concluíra este curso com muito sacrifício, uma vez que sua família passava por maus momentos naquela época do ano de 1964. Para compensar, Toni trabalhava durante as férias a fim de não gastar o que sua família não podia. Eles viviam num povoado de Minas Gerais com o nome de Santa Cruz.
Quando Toni terminou seus estudos, teve sorte de logo ter contratado por uma empresa no Espírito Santo. Fez grandes amizades com o pessoal da empresa. Seu trabalho foi valorizado devido ao seu desempenho e dedicação que lhe era peculiar. Economizou um dinheirinho, para no final do ano, visitar sua família em Minas.
Assim, chegou dezembro e com ele as Festas Natalinas. Com aquele Espírito Natalino com que quase todo ser humano se contagia durante os festejos, Toni não constituía exceção. Fez suas malas e partiu para sua terra, a fim de visitar sua família que não via há mais de dois anos. Passou por uma cidade grande e do dinheiro que economizou comprou presentes: um rádio Philips, roupa e sapatos para o pai, vestidos e sapatos para a mãe, brinquedos de plástico para os sobrinhos.
Chegou à cidade mais próxima do distrito de Santa Cruz onde morava sua família às vésperas do Natal e já era bem tarde. A estrada que dava acesso ao distrito, ficava a vinte quilômetros, era péssima, sem conservação, cheia de buracos e valas.
Armava-se uma tempestade para aqueles lados de Santa Cruz, mas Toni queria chegar à casa de seus pais para o Natal, acontecesse o que acontecesse. Assim é que surgiu uma oportunidade de uma carona de um português, que era comerciante de tecidos do distrito de Santa Cruz.
O veículo do português era um “Jeep” bom de barro. Certamente chegaria lá. – Partiram. Mal saíram da cidade e ganharam estrada, o tempo escureceu, começou uma tempestade. Mas o português era bom de volante e Toni não tinha medo. Os trovões e relâmpagos eram de dar calafrios. Dado momento, quando passavam por uma mata, uma tremenda escuridão, um raio fortíssimo pegou uma árvore e jogou-a no meio da estrada. Não tiveram outro jeito, saltaram do carro em meio a escuridão, frio, ventos, relâmpagos e trovões. Retiraram a árvore que bloqueava a estrada. Muita lama, muitos atoleiros, os clarões dos relâmpagos ofuscavam as vistas, parecia que o céu ia desabar.
Com todos esses problemas inesperados, conseguimos chegar a Santa Cruz depois da meia-noite.
Toni foi direto a casa de seus sobrinhos. Eles estavam dormindo. Cumprimentou sua cunhada ainda sonolenta e a seguir depositou os brinquedos na cabeceira de suas camas. Imaginou como seria quando elas acordassem. A seguir foi a casa de seus pais.
Foi uma alegria geral que jamais poderia descrever. Sabia das dificuldades que os pais vinham atravessando, assim como a sua cunhada que havia ficado viúva dez meses antes e criava três filhos de seu irmão. Distribuiu os presentes: - O rádio de pilha para o pai, que gostava de ouvir os programas caipiras bem de manhãzinha na hora do café, as roupas e sapatos para a mãe. Os outros irmãos de Toni (nove), estavam fora em outras capitais: São Paulo. Rio e outros locais.
O sítio onde moravam os pais de Toni, era um local aprazível, cheio de farturas. Por lá, Toni ficou durante o período de suas férias, pescando, caçando marrecos no rio ao fundo da casa. Não havia naquele ano árvore de Natal, nem peru, nem panetone, havia sim, um encontro entre pais e filho onde todas as saudades foram compensadas (apesar dos infortúnios que abateram aquela família naquele ano de 1964).
Nota do autor: Dedico esta minha historia aos meus amigos internautas que lêem meus textos, comentam e me enriquecem com as suas sabedorias. O Natal se aproxima e com ele os laços de amizade distante se estreitam. O espírito do aniversariante contagia a todos.
Antecipo para todos vocês um Feliz Natal e Próspero 2019.
Toni havia terminado seu curso profissional de nível médio numa Escola em outro Estado, distante setecentos quilômetros de sua casa. Concluíra este curso com muito sacrifício, uma vez que sua família passava por maus momentos naquela época do ano de 1964. Para compensar, Toni trabalhava durante as férias a fim de não gastar o que sua família não podia. Eles viviam num povoado de Minas Gerais com o nome de Santa Cruz.
Quando Toni terminou seus estudos, teve sorte de logo ter contratado por uma empresa no Espírito Santo. Fez grandes amizades com o pessoal da empresa. Seu trabalho foi valorizado devido ao seu desempenho e dedicação que lhe era peculiar. Economizou um dinheirinho, para no final do ano, visitar sua família em Minas.
Assim, chegou dezembro e com ele as Festas Natalinas. Com aquele Espírito Natalino com que quase todo ser humano se contagia durante os festejos, Toni não constituía exceção. Fez suas malas e partiu para sua terra, a fim de visitar sua família que não via há mais de dois anos. Passou por uma cidade grande e do dinheiro que economizou comprou presentes: um rádio Philips, roupa e sapatos para o pai, vestidos e sapatos para a mãe, brinquedos de plástico para os sobrinhos.
Chegou à cidade mais próxima do distrito de Santa Cruz onde morava sua família às vésperas do Natal e já era bem tarde. A estrada que dava acesso ao distrito, ficava a vinte quilômetros, era péssima, sem conservação, cheia de buracos e valas.
Armava-se uma tempestade para aqueles lados de Santa Cruz, mas Toni queria chegar à casa de seus pais para o Natal, acontecesse o que acontecesse. Assim é que surgiu uma oportunidade de uma carona de um português, que era comerciante de tecidos do distrito de Santa Cruz.
O veículo do português era um “Jeep” bom de barro. Certamente chegaria lá. – Partiram. Mal saíram da cidade e ganharam estrada, o tempo escureceu, começou uma tempestade. Mas o português era bom de volante e Toni não tinha medo. Os trovões e relâmpagos eram de dar calafrios. Dado momento, quando passavam por uma mata, uma tremenda escuridão, um raio fortíssimo pegou uma árvore e jogou-a no meio da estrada. Não tiveram outro jeito, saltaram do carro em meio a escuridão, frio, ventos, relâmpagos e trovões. Retiraram a árvore que bloqueava a estrada. Muita lama, muitos atoleiros, os clarões dos relâmpagos ofuscavam as vistas, parecia que o céu ia desabar.
Com todos esses problemas inesperados, conseguimos chegar a Santa Cruz depois da meia-noite.
Toni foi direto a casa de seus sobrinhos. Eles estavam dormindo. Cumprimentou sua cunhada ainda sonolenta e a seguir depositou os brinquedos na cabeceira de suas camas. Imaginou como seria quando elas acordassem. A seguir foi a casa de seus pais.
Foi uma alegria geral que jamais poderia descrever. Sabia das dificuldades que os pais vinham atravessando, assim como a sua cunhada que havia ficado viúva dez meses antes e criava três filhos de seu irmão. Distribuiu os presentes: - O rádio de pilha para o pai, que gostava de ouvir os programas caipiras bem de manhãzinha na hora do café, as roupas e sapatos para a mãe. Os outros irmãos de Toni (nove), estavam fora em outras capitais: São Paulo. Rio e outros locais.
O sítio onde moravam os pais de Toni, era um local aprazível, cheio de farturas. Por lá, Toni ficou durante o período de suas férias, pescando, caçando marrecos no rio ao fundo da casa. Não havia naquele ano árvore de Natal, nem peru, nem panetone, havia sim, um encontro entre pais e filho onde todas as saudades foram compensadas (apesar dos infortúnios que abateram aquela família naquele ano de 1964).
Nota do autor: Dedico esta minha historia aos meus amigos internautas que lêem meus textos, comentam e me enriquecem com as suas sabedorias. O Natal se aproxima e com ele os laços de amizade distante se estreitam. O espírito do aniversariante contagia a todos.
Antecipo para todos vocês um Feliz Natal e Próspero 2019.
MINHA MENSAGEM DE FIM DE ANO 2019 A TODOS QUE LEREM ESTE TEXTO