Feliz natal constante.
As pessoas tendem a virar a vida de cabeça pra baixo durante os 11 meses que antecedem dezembro, mas, pela paz natalina, pelo espírito de fraternidade que se anuncia na chegada desse mês repleto de realizações, os olhos se abrem para o próximo, para o amor, paras as felicitações externadas em palavras e atitudes.
É hipócrita demais vê que as desculpas são momentaneamente realizáveis. Você pisa, maltrata, usa do seu egocentrismo durante o ano todo, e , em dezembro você quer selar a paz . Que bom seria se isto se perpetuasse.
Muitos de nós seguimos valores esdrúxulos, de uma pequenez sem tamanho, e nos tornamos cegos ao próximo, sem sabermos ao certo o que é ser inteiro. Inteiro na sua inquietude pelas virtudes e defeitos que habitam em você, que te fazem ser humano com momentos de fraquezas e de energias completamente contamináveis de felicidade.
Sei, sei que sou parte desse humano que dentro dos limites da pobreza de espírito que cabe dentro de nós, erra, peca por não saber às vezes como agir, como utilizar das atitudes para mostrar-se consternado, inaceitável para algumas verdades que não me pertencem. E por isto falho, implico, bato o pé e não desisto fácil das coisas que acredito, das pessoas que fazem parte da minha vida e que dou de mim o suficiente para tornar-me tantas vezes sem ouvidos para os que me aconselham. Eu apenas sigo.
Por varias vezes deixei de ser alegria, para dar vez a tristeza, anomalia que pertence a um humor completamente dramático, enfático e que me deixa manteiga derretida por horas. Chorei, chorei muito, por dores minhas, por tantas dores que não me pertenceram mas que se absorveram por puro amor, e me dilaceraram na sua maneira de me fazerem crescer.
As magoas que causei tiveram de certa forma suas prudências. Tenho essa mania, as vezes dispensáveis de dizer tudo que penso, que quero , sem passar a mão na cabeça de ninguém, sem pensar, sem calcular. O coração flui e as vezes razão não pondera, tão quanto o coração que também não o sabe fazer. Mas, de uma coisa não posso negar, eu fui INTEIRA.
Não espero que dezembro aconteça para externar meus sentimentos, para atestar as minhas fraquezas, para ser franca comigo mesma, para voltar atrás e pedir desculpas, justificar, assumir, e não desistir fácil de tudo aquilo que vale a pena pra mim. Caso contrario, deixo que siga. Siga seu caminho, sem qualquer desejo de infelicidade.
O meu desejo de Natal é que você possa ser INTEIRO, que tenhas todas as suas partes e não espere por dezembro para que aconteça. A vida segue em cada minuto que lhe é dedicado. Não seremos perfeitos, isto não condiz com a nossa capacidade de existir nesse mundo, mas façamos a nossa parte. O mundo que te espera lá fora tem em si um Natal constante, árvores, luzes, enfeites de todas as cores, presentes de todos os tamanhos, embora as vezes nem tão doces quanto desejamos e vários Pais Noéis tão humanos quanto nós.
Feliz vida, traduzida em um natal constante de muitas, muitas felicitações.