Sapos desbotados
Na maioria das vezes em que estamos fragilizados
Pelas sombras silenciosas da depressão,
Onde a vida perde a cor
E os pensamentos de medo, angústia e dor,
Sugam nossa alegria
E nos forçam a deitar-nos
No divã espinhoso da tristeza,
Nós nos desesperamos.
E neste momento de falta de fé e de razão,
Procuramos aqueles que pensávamos que nos amavam
Para iluminar nossa esperança agonizante.
Muitas vezes as palavras que recebemos
Não são de amor,
Mas de ironias, deboche e piadas desgraçadas,
Ou argumentações sem noção de suas consequências,
E diante de nossa passividade emocional
Somos forçados a engolir uma montanha de sapos desbotados.
Alexandre Tito