Reforma de fim de Ano

Eu estou fazendo uma faxina em mim. Sabe? Acredito que é uma reforma de fim de ano. Estou limpando os cantinhos que antes escondia. Enfrentado meus maiores medos. Abrindo os armários, enfrentando as escuridão das brechas do armário do meu coração, tirando os entulhos, procurando coragem para jogar coisas que não servem. Caramba, como dói!

Estou me perdoando, me abrindo pra ouvir o que até então era inaceitável, me dando o benefício de poder vacilar. Esfreguei a minha alma, por enquanto está pendurada no varal no quintal. Aprendi a não querer entender tudo, perguntar e me preparar para ouvir o que não gostaria, mas preciso, a compreender que ciclos se encerram e de que eu preciso aceitar aquilo que não posso mudar.

Removi os móveis de lugar, joguei fora entulhos de estimação, abandonei a culpa e aprendi a me responsabilizar. compreendi que a janela precisa ficar aberta para arejar um pouco, que o chão e o teto da minha casa sou eu mesma, que as pessoas são hóspedes fugazes a partir.

estava imunda de passado, mas ao passo que fiz as pazes com ele, a lama foi escorrendo de mim. algumas paredes tombaram. estou em construção. sou ruína de mim mesma. escombro que se nega a sê-lo. eu ainda não estou límpida, mas já consigo ver um fresta de sol pela janela da esperança.