PORQUE NÃO SERMOS FELIZES HOJE?
Proporcionalmente poucos são aqueles que conseguem estar presentes no aqui e no agora.
Vivemos com a nossa atenção no passado, tenha sido ele bom ou ruim, ou focando num futuro improvável. Com isso deixamos de nos concentrar no momento atual, esquecendo-nos de que é nele que a vida acontece e é onde devemos estar.
Ficamos ansiosos por uma situação vindoura e que não está no nosso alcance interferir. Ou, quando podemos, não agimos no sentido de fazer acontecer para eliminar as pendências.
Pendências consomem muita energia, pois tanto o nosso consciente quanto o nosso inconsciente ficam nos inquietando até que sejam solucionadas.
Estamos sempre deixando para depois o uso de uma joia, de louças, talheres, roupas e tantas outras coisas que estão entulhadas em algum canto ou armário por anos, décadas até.
Adiamos uma comemoração, a realização de um curso, a leitura de um livro, um passeio ao ar livre, uma viagem, uma visita etc.
Guardamos mágoas e cultivamos rancores, mesmo sabendo ou tendo noção do mal que isso nos faz.
Com isso nos aprisionamos em nosso próprio cárcere, tornando-nos carcereiros de nós mesmos.
São unânimes os relatos de médicos, enfermeiras, cuidadoras(es) etc., de que, ao se aperceberem à beira da morte, o que mais o moribundo desejaria seria ter a oportunidade de voltar atrás e de poder fazer diferente.
Ter vivido uma vida mais livre e solta, não ter acumulado tanto, poder pedir perdão àquele(s) a quem magoou ou caluniou, queria não ter sido tão ranzinza, carrancudo(a), ou austero(a) consigo mesmo(a) e com os demais. Ter se permitido errar, andar descalço(a), ter passeado mais, ter viajado mais, ter vivenciado contatos mais próximos com a natureza, não ter se importado tanto com o que os outros iam pensar e tantas outras coisas mais.
Se temos essa consciência porque agimos em nosso próprio desfavor, privando-nos de dias melhores e abrindo mão da felicidade?