A Pandemia

Alguns dias antes do início do estado de contingência, o Rio de Janeiro sofreu com fortes chuvas e, algumas pessoas perderam tudo o que tinham de material em suas casas. Enquanto ainda buscavam algum tipo de ajuda, iniciamos esse período de contingência e, imagino que para essas pessoas deve estar sendo ainda mais difícil ficar em casa.

Há aqueles que perderam seus empregos e, além da preocupação de bem-estar e saúde, sentem-se pressionados pelas contas, pela preocupação no futuro...no amanhã! Há os autônomos que já se preocupam com o "- Como será?" "- Quanto tempo falta para isso acabar?" "- E até lá?'

Há os que moram em comunidades e, por mais que água e sabão sejam eficientes para a higiene pessoal, nem água conseguem ter em suas torneiras.

Há os que se esforçam para oferecer o melhor a seus filhos, muitas vezes abrindo mão do pouco que têm para oferecer uma educação de qualidade, mas que não estão conseguindo dar conta das demandas escolares por não possuírem uma internet de qualidade, uma boa impressora, materiais adequados e nem mesmo treinamento e qualificação para ajudá-los em suas necessidades.

Há os que não conseguem manter os filhos em casa todo o tempo por falta de estrutura, espaço físico...

Há os que não tendo nenhuma necessidade material, sentem-se solitários e se ressentem de não poderem seguir suas rotinas, da saudade dos familiares...

Há os que se preocupam com o bem-estar de sua família e preocupam-se com o risco que correm por sair todos os dias para trabalhar, mas, como verdadeiros soldados em uma guerra, saem para dignamente realizarem suas tarefas na limpeza urbana, na segurança pública, nas demais "atividades essenciais", bem como na área de saúde.

Há os que encontram-se em casa, mas trabalhando muito mais, por terem que dar conta da atividade doméstica, do trabalho remoto e dos filhos.

Há os que estão com enfermidades físicas ou ainda os que possuem um ente com necessidades especiais que estão sofrendo pela ausência dos tratamentos adequados e das terapias tão essenciais.

Há também privilegiados, que não precisam se preocupar com a questão financeira, com a vida doméstica, mas que também estão impactados com uma mudança brusca de rotina, tão repentina que conseguiu abalar profundamente suas emoções.

Não há quem esteja "bem" diante da pandemia.

Mas há certamente aqueles que entendem que, apesar de toda a nossa desigualdade, de todas as nossas diferenças, estamos todos sim num mesmo orbe, numa mesma situação onde todos estamos susceptíveis e que, o que podemos fazer agora é:

1. Entender que é preciso viver um dia de cada vez;

2. Entender "que não sofrer é uma pretensão utópica no atual estágio de evolução da humanidade. No entanto, muitos sofrimentos podem ser modificados se as pessoas compreenderem por que eles existem e alterarem sua conduta diante deles, dispondo-se à renovação, pois a felicidade “não é ausência de dor, mas a perfeita compreensão da sua finalidade”;

3. Olhar ao lado e buscar auxiliar a quem puder, pois será através do próximo que iremos conseguir esquecer um pouco de nós mesmos e nos mantermos saudáveis mentalmente após a pandemia;

4. Entender que tudo passa e que, quando tudo isso passar, será melhor se houver amor, afeto, empatia e compreensão e não desamor, amargura, intolerância...

Eu sempre acreditei que dor compartilhada é dor amenizada.

Não espere que o outro peça ajuda, ofereça-se para ajudar.

Não espere que o irmão passe fome para socorrer, socorra-o antes que ele precise pedir.

Não espere que a solidão seja feroz inimigo, seja presença por telefone, por mensagem, mas minimize o isolamento de alguém.

Respeitar a quarentena é o maior bem que podemos fazer pela humanidade no momento.

Ter compreensão sobre as limitações do próximo é o maior gesto de humanidade que podemos ter.

Portanto, auxilie ao invés de julgar!

Pense positivo e esforce-se para se conectar com as forças sublimes do amor e da paz.

Nesse momento, só temos duas possibilidades. Uma, é aceitar, re-significar o momento. A outra possibilidade é a revolta. Na primeira, estamos abertos a vislumbrar as coisas positivas que podem ocorrer decorrentes do momento presente (mesmo existindo as coisas negativas também!); a segunda não te permite sair do lugar. Mantém você na vibração negativa e o cega diante das possibilidades.

Portanto, esforce-se para se manter positivo.

Agradeça por algo bom e siga confiante na certeza de que "grandes provações sempre resultam na sabedoria advinda das grandes lições".

Muita Paz!