A DOR DA MÃE TERRA:
A DOR DA MÃE TERRA:
Ferida no mais profundo do seu amago,
Rebela-se contra o imprevidente algoz,
Aquele que um dia fora sua maior esperança,
Hoje transloucado e inconsequente,
A faz chorar copiosamente,
Não sei por obra de quem,
Ajuda de energias malévolas ou justiceiras,
Cria em suas entranhas.
Ou em caldeirões repletos de males e maldiçoes,
Manipulados talvez,
Por bruxos malignos,
Saídos de fétidos pântanos na noite de breu,
Espalhando a peste em seus antes promissores guardiões,
Maldito ou bendito instrumento da dor a ceifar vidas,
Justos e injustos,
Todos caem,
O medo se espalha,
As multidões a princípio confusas,
Recolhem-se em suas modernas cavernas estilizadas,
A como uma calmaria tensa,
A espreitar a tempestade,
Nem tudo é sombra,
Mesmo no início do caos,
Destaca-se os esforços dos salvadores vestidos de branco,
Rostos anônimos cobertos por mascaras,
Incansáveis na luta pela vida que resta,
Mas implacável o novo vírus,
Segue célere sua missão,
La do fundo do meu ser pergunto a mim mesmo,
Quando cessara o pesadelo?
Este monstro sem face será mesmo a hecatombe final?
Ou é apenas um anticorpo a destruir bactérias intrusas?
A fazer uma assepsia e extirpar os intrusos
Que ousaram inconsequentemente feri-la de morte,
Sua própria geradora de vida em abundancia,
Pois o humano que existia em nos,
Transforma-se no cruel algoz da sua própria mãe,
Provedora,
E com certeza o arquiteto mor,
Do infinito cósmico,
Deu-lhe o poder de aplicar a justiça,
Em seus tresloucados filhos insanos e ingratos.
Miro.