A DOR DA MÃE TERRA:

A DOR DA MÃE TERRA:

Ferida no mais profundo do seu amago,

Rebela-se contra o imprevidente algoz,

Aquele que um dia fora sua maior esperança,

Hoje transloucado e inconsequente,

A faz chorar copiosamente,

Não sei por obra de quem,

Ajuda de energias malévolas ou justiceiras,

Cria em suas entranhas.

Ou em caldeirões repletos de males e maldiçoes,

Manipulados talvez,

Por bruxos malignos,

Saídos de fétidos pântanos na noite de breu,

Espalhando a peste em seus antes promissores guardiões,

Maldito ou bendito instrumento da dor a ceifar vidas,

Justos e injustos,

Todos caem,

O medo se espalha,

As multidões a princípio confusas,

Recolhem-se em suas modernas cavernas estilizadas,

A como uma calmaria tensa,

A espreitar a tempestade,

Nem tudo é sombra,

Mesmo no início do caos,

Destaca-se os esforços dos salvadores vestidos de branco,

Rostos anônimos cobertos por mascaras,

Incansáveis na luta pela vida que resta,

Mas implacável o novo vírus,

Segue célere sua missão,

La do fundo do meu ser pergunto a mim mesmo,

Quando cessara o pesadelo?

Este monstro sem face será mesmo a hecatombe final?

Ou é apenas um anticorpo a destruir bactérias intrusas?

A fazer uma assepsia e extirpar os intrusos

Que ousaram inconsequentemente feri-la de morte,

Sua própria geradora de vida em abundancia,

Pois o humano que existia em nos,

Transforma-se no cruel algoz da sua própria mãe,

Provedora,

E com certeza o arquiteto mor,

Do infinito cósmico,

Deu-lhe o poder de aplicar a justiça,

Em seus tresloucados filhos insanos e ingratos.

Miro.

valmirolino
Enviado por valmirolino em 22/03/2020
Código do texto: T6894296
Classificação de conteúdo: seguro