Míseros reconhecimentos
Ouvi, que teus sonhos não te perdoam
te tornás-te mísero
ficar já foi em tempos, agora foste-te
que o acerto está difícil até só por um bocado
a palavra já nada fala, uma outra nem um cafuné
o tempo da verdade acabou
ainda tudo surprende ao virares a esquina da sorte
te olhas só no espelho
a melhor parte tua já não quer ficar, desdenha
as memórias curtas se desvanecem
que esqueci a tua face doce
nem de esguelha te encontro, padeço
palavras corroem como uma bisnaga
pássaros percorrem, ficás-te sem asas
meus passos estão mais que quietos, os dedos tiptip
a lista se torna infindável, procuro o ponto
o verso deixou a rima o texto ficou deserto
elouqueceu a música nos tímpanos, hoje
nem a chuva amolece o perdão dessa dor
tudo, ouvi demais, deixa-me quieto antes que o banal fique
com mais força