​​​​​​Já era noite, em um domingo na casa de meu sogro. Quando ele se levanta da mesa e me chama a seu quarto. Segui-o pensando no que ele iria me dizer, para minha surpresa ele não falou, apenas me mostrou, um terno lindo de quatro botões dourados azul marinho que estava estendido na sua cama. Olhando para ele disse: experimenta, e vê se cabe em você? Surpreso com a ofertar, fui logo tratando de experimenta-lo, mas logo veio à decepção, estava apertado na frente.
Pronto, o quê fazer? Onde acharia um alfaiate que pudesse ajustar aquele que seria o meu mais bonito terno? E para completar meu desespero, meu sogro falou: precisa ser um alfaiate bastante experiente, pois o tecido é bastante delicado, e esse serviço não é para qualquer um!
Fui pelo pensamento mais complicado, busquei logo sobras de tecido nas costuras das costas, pois pensei que teria que desmancha-lo, enlarguecê-lo, para que com isso coubesse em mim. Pensei então. Não será uma tarefa fácil, achar alguém para fazer tal serviço!
Na segunda pela manhã, logo cedo, coloquei o terno nas costas e fui à luta, preparado para o pior. Para minha surpresa, quando ao sair de casa, avistei uma casa de consertos rápidos, logo pensei: isso não vai resolver meu problema! Por via das dúvidas, vou dar uma passada lá. Tudo me levava a crer que não poderia resolver aquele problema tão complexo em um ambiente tão simples.
Logo que entrei, fui atendido por uma senhorinha, que escutou calmamente o meu problema, e ao final ela disse: pague 20 reis ali no caixa, e se quiser esperar levarei uns vinte minutos para conserta-lo. Fiquei assustado com sua resposta e perguntei-a: como irá realizar um serviço tão complexo em tão pouco tempo? Ela respondeu: complexo! Só irei afastar esses dois botões para frente, e assim irá servir em você.
Moral da história: tendemos a pensar nas soluções dos problemas de forma complexa, deixando às vezes de enxergar as simples soluções.