FERIDAS E CICATRIZES
Nossa mãe... Quem não tem algo a lembrar; principalmente das feridas que ainda continuam infindas e abertas? Feridas essas que talvez para alguém, jamais serão saradas, inesquecíveis. Eu, particularmente, agradeço por demais a existência de algumas dessas lesivas feridas, que hoje são meras cicatrizes. Para mim, as feridas do âmago é mais devastadora que uma carga viral difícil de curar, porém, a disciplina do tempo é o antídoto definitivo para esse tipo de imunidade emocional. Hoje, posso conviver com elas e até me defender das que possivelmente poderão vir necrosar o meu EU um dia. A vida é assim, um aprendizado constante, e para viver esse aprendizado temos que conviver com a nebulosidade das lembranças profundas das inequívocas feridas que foram abertas no passado, e que mesmo transitória, ainda se faz presente e atual em nossa inerme e consciente memória.
O aprendizado é isso, quem não aprendeu com as feridas do passado, certamente aprenderá revendo as cicatrizes ofegantes que ainda se faz presente e factual. Quanto ao futuro, embora seja premente, ele é incerto e duvidoso, assim como as inequívocas circunstâncias que se reproduz no nebuloso vazio do abstrato... Mas, as novas feridas e posteriores cicatrizes são inevitáveis, assim como o vai e vem do presente e o bailado incerto do futuro!