O VOTO SECRETO

O voto secreto, quem nunca o fez? Às vezes, conscientemente, com um propósito claro. Aquela afirmação profunda, calcada em um ojetivo firme. Mas, há votos inconscientes, inclusive para quem os faz cotidianamente sem perceber. Frases repetidas, ditas após um conflito, são um bom exemplo: " eu jamais vou amar outro alguém assim..." ou "ninguém mais tira um tostão de mim..." ou até "desse jeito vamos à falencia..." Essas frases ditas com fé e tamanha energia desencadeiam um misterioso mecanismo na mente capaz de torná-las realidade. O fato é que a mente aprende com as palavras, daí muitos afirmarem que há poder nelas.

Certa vez, para responder a uma piada sobre gravidez na adolescência, uma moça pôs as mãos sobre o ventre e disse: "daqui não sai nada..." É claro que ela queria se referir a uma maternidade não planejada, mas a força de suas palavras soou como uma profecia autorrealizadora. E, coincidência ou não, muitos anos depois, ela continuava sem filhos, apesar de muito os desejar.

Mas, o que fazer se o voto já foi proferido ou se há suspeita de que houve em algum momento algo assim? Renunciar. Renuncie com palavras aos votos feitos. Afirme cotidianamente o oposto: "eu amarei intensamente o amor que receberei..." ou " eu terei abundância de bens para suprir minhas necessidades e de quem realmente precisar de mim..." ou " em pouco tempo superaremos as dificuldades..." e no caso da moça " no tempo certo, terei filhos abençoados..."

Não basta afirmar pura e simplesmente, é necessário vigiar o pensamento no nascedouro. E se ele vier imperfeito, é preciso não dar corpo a ele, não transformá-lo em palavras.

Muitos votos secretos vieram de nossos pais e avós e os repetimos durante toda uma vida sem perceber. Sofremos com o resultado deles sem nos darmos conta. Cuidemos, então, para não fazermos o mesmo com nossas crianças.

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Adelaide Paula
Enviado por Adelaide Paula em 31/07/2018
Reeditado em 31/07/2018
Código do texto: T6405350
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