A aranha e suas lições

Hoje, enquanto eu me arrumava para ir à faculdade, deparei-me com uma pequena aranha tecendo sua teia, inusitadamente, sobre a toalha de secar os rostos. Uma ótima surpresa pela manhã, não é mesmo? Para alguns seria um grande susto, mas eu acho tão majestosas e delicadas essas formas de vida que minha única reação é conversar com elas e deixá-las seguras.

Quando entra, por exemplo, uma barata no meu quarto, temos o seguinte diálogo:

- Escute bem dona Barata, estou aqui em paz, mas se você me atacar, eu vou atacar! Já deixei a janela aberta para você sair linda, plena e sem mágoas...

Baratas não falam, obviamente, mas acho que se elas tivessem a oportunidade de falar, elas diriam:

- Olha aqui, eu não tô entendendo nada que você humano está dizendo, mas estou me sentindo ameaçada. Se eu bater minhas asinhas aqui e voar, veremos quem vai sair correndo pela janela mais rápido!

Ela ameaça voar e você rapidamente se esquiva e se protege em algum canto, daí ela pensa:

- Olha! O humano está brincando de pique-esconde, vamos ver quem ganha!

Nesses segundos, enquanto você se protegia atrás de alguma coisa, ela se esconde e te provoca calafrios e desesperos. É o momento que você olha e se pergunta "Meu Deus! Para onde foi essa barata?". Logo depois, você tranca a porta e dorme em outro cômodo, esperando de todo coração e alma que ela desapareça. Poucos sabem, mas há boatos de que durante o seu sono mais pesado, a barata retorna e dá um beijinho no seu rosto de 'boa noite'.

Mas voltando a 'arainha", não senti vontade de conversar com ela, pois o sono me impedia de distinguir se ela era ficção ou realidade. Além disso, quando eu acordo, detesto socializar. Assim sendo, resolvi, então, apenas observá-la.

Ela tecia sua teia serenamente, como se não estivesse presa por um fio, mas sim flutuando no ar. Por muitas vezes, aquele fio balançava feito um pêndulo; ela ia de um lado para o outro, entretanto, não caía, muito menos desistia de continuar tecendo. Em certo tempo, pensei que ela fosse cair, mas ligeiramente agarrou-se no vidro do espelho, voltando logo em seguida a tecer sua teia, como se nada tivesse acontecido. Não esperei a dona aranha concluir sua teia, nem cobicei destruir seu trabalho tão custoso e formoso. Deixei para que todos, em especial mosquitos e outros insetos, pudessem admirar essa armadilha tão sublime.

Nesse pouco tempo, aprendi muito com a Dona Aranha e gostaria de compartilhar algumas palavras. Se sua vida está por um fio, ao invés de tentar cortar o fio, segure-se firme e use-o para subir gradativamente até a seguridade. Estar por um fio não significa que acabou, significa que ainda existe uma chance para você renascer e mudar sua situação. Aproveite esta oportunidade, escale o fio, por mais que os balanços da vida te façam pensar que você não vai conseguir. A vida é um pêndulo: vai e volta; tem momentos de crise/perturbação e de bonança, ou seja, momentos bons e ruins. Portanto, NÃO DESISTA!

E, se porventura, alguém tentar cortar este fio de esperança, seja por meio de palavras ou atitudes, ou ainda, tentar abalar suas estruturas, faça como a aranha, seja ágil e agarre-se firme em algum lugar, mas não se dê por vencido. Continue a tecer seus planos e objetivos lindo(a) e pleno(a), como se nada tivesse acontecido, e após concluí-los com sucesso, vais ser admirado por todo seu trabalho e esforço.

Observação: só não pode comer os amiguinhos ou inimiguinhos como a dona aranha faz.

Leonardo Salomon
Enviado por Leonardo Salomon em 05/04/2018
Reeditado em 16/03/2019
Código do texto: T6300444
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