Por favor, me incomode!
Por favor, me incomode!
Tire - me dessa letargia
Que me deram os livros
Anos e anos de análise
Teoria atrás de teoria
Por favor, me incomode!
Deixe - me ao menos ser útil
Útil mesmo! Servir! Estender - lhe
A mão
Não me deixe abrir a boca
Nesses meus pseudo-conselhos,
Segundo Fulano e Beltrano,
Dê - me alguma utilidade prática
Pois, as minhas filosofias
São vãs.
Elas não serviram a ninguém
Nem mesmo a mim.
Peça - me alguma coisa, algum favor!
Para que ao lhe servir, eu encontre
O meu existir.
Eu sei que pareço me bastar
Não creia! Não faça como eu
Que quase acreditei
Na platéia que aplaudia,
Enxendo meu ego de animação.
Não, eu não me basto!
E quando eu vier com a sabedoria
Escolástica
Diga: Basta! Já deu!
Por favor, me incomode!
Porque a verdadeira HUMANIDADE
É empática!
Sabe sentir no outro
Mesmo sem sentir em si.