De onde venho?? Para onde vou??

Talvez sejam estas as mais antigas questões filosóficas que, precedidas por outra igualmente intrigante - quem sou? -, afligem a curiosidade existencial do ser humano. No entanto, mais importante que encontrar a resposta a estas questões é convencer-se o homem de que, de onde quer que ele tenha vindo e, quem quer que ele seja, o patamar de seu destino depende exclusivamente de como ele mesmo vai se conduzir no percurso entre sua origem e seu destino: sua vida.

A vida é uma escola que presenteia o ser com oportunidades de assegurar uma grande promoção entre o “de onde venho” e o “para onde vou”, através do aprendizado: a consequência das experiências da vida. Porém, as experiências que ensinam devem pressupor mudanças. Submeter-se sempre às mesmas experiências não resulta em aprendizado.

Mudanças implicam em fazer coisas diferentes e em exercitar maneiras diferentes de fazer coisas. Coisas e maneiras que nunca foram experimentadas antes. Mudanças introduzem o desconhecido às experiências. Mudanças trocam o previsível pelo imprevisível. E o imprevisível traz sempre consigo o medo, que pode paralisar o homem diante das oportunidades. Ao ceder ao medo, ao conformismo ou ao comodismo, não se irá admitir mudanças na vida... Mas elas acontecerão, de qualquer forma.

O livre arbítrio vai até onde permite a Lei – inexorável – da Evolução. Não é dado a ninguém o direito de não evoluir, mesmo que a evolução se dê lentamente, por caminhos tortuosos, por idas e voltas, como resultado da resistência.

A Vida sempre oferece duas opções de crescimento: oportunidades e adversidades. Apenas na forma como se apresentam é que são diferentes. As oportunidades estão associadas a boas perspectivas em nossas vidas. As adversidades se mostram como problemas a serem enfrentados. Mas, em essência, são uma só coisa: um instrumento de evolução - toda oportunidade traz desafios, e toda adversidade traz oportunidades.

O Universo sempre oferece, primeiro, uma oportunidade: um impulso autêntico e o potencial de realização. Aceitá-la significa aceitar também as mudanças e os riscos decorrentes. Se o medo, o comodismo ou o conformismo prevalecerem, e a oportunidade não for aceita, a mudança será, então, imposta através das adversidades.

Uma oportunidade que se me apresente na forma de uma mudança na dieta alimentar, poderá converter-se em obesidade, diabetes e hipertensão, se não for acolhida. Se houver mudança na agenda gastronômica a tempo, e prevalecer a coragem de enfrentar o desconforto inicial dos sabores simples, logo aprenderei a apreciá-los, a gostar da nova dieta, aprenderei a sentir o prazer do bem estar que uma alimentação natural e equilibrada pode trazer. Aprenderei que meu corpo fala comigo, que ele responde ao que eu lhe proporciono. Mas, se eu insistir em manter o desfrute da intensidade do prazer gastronômico, sem atenção às suas consequências, terei que lidar com as adversidades que, mais cedo ou mais tarde surgirão. Serão elas, então, que, ao me imporem o sofrimento, ensinarão a relação entre a minha saúde e minha alimentação. Quem decide qual dos dois caminhos tomar, se o mais curto ou o mais longo, é meu estado de consciência.

O repúdio às mudanças impõe resistência às oportunidades, uma perda de energia que enfraquece. Se resistirmos às oportunidades, o aprendizado resultará do sofrimento, pois será obtido pelo confronto com adversidades que surgirão sem que se tenha controle sobre elas. No entanto, se estivermos preparados para mudanças e as aceitarmos corajosamente, como decorrentes das oportunidades que se apresentam, as experiências serão gratificantes e os riscos estarão sob controle; Estaremos no comando de nossas vidas.

Ter coragem é saber que não estamos desamparados; é saber que, se a vida nos oferece uma oportunidade de mudança, é porque também nos oferece a proteção necessária para que o aprendizado seja bem sucedido. Um mestre nunca destrói seu discípulo.

Saber identificar uma oportunidade verdadeira de crescimento é ter sabedoria. Ter coragem para acolhê-la é, antes de tudo, ter fé.

Roberto Guelfi
Enviado por Roberto Guelfi em 22/07/2016
Reeditado em 02/03/2021
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