Cuide de seu homem pássaro, ele pode voar por desencanto
Não aprisione na sua gaiola um homem pássaro que não te pertence, a liberdade lhe foi dada por Deus, enquanto esteve ao seu lado cantou em sua janela, por anos e anos, e você nunca se quer olhou para ele com esses olhos de agora, outrora já olhou cheia de repudio e indiferença e agora que em outra janela encontrou e ali quis ficar, deixe-o ali, trovar em versos a melodia trancada no peito por anos que lhes foram tirados, em prol do seu ego socialista e material, na possessividade amargurada de uma mulher de galhos tortos e fracos. Estarei todos os dias da minha vida a cuidar desse homem que me canta e me encanta. Agradeço a Deus por ter dado o despertar da aurora e que ele venha em minha janela todos os dias que não lhe darei migalhas, porque vi naquela alma o mais sublime ser. Cantamos juntos enrolados em nossos galhos, voamos juntos na mesma direção, passamos pela floresta negra e estamos na harmonia do arco íris. Então devoradora de pássaros, esse que você desprezou e definhou com seu veneno, renasceu, suas asas estão firmes e agora cuidadas, e te digo mais, foi catalogado como espécie em extinção, sorte a minha, cuidarei até meus últimos dias.