Ao sabor das marés
A vida pinta e borda destinos.
Sacoleja o barco ao sabor das ondas.
Mas ao final das marés
Deposita a embarcação na praia.
Mesmo que águas se depositem
no convés,
O mastro vergue ao sabor dos ventos.
Há um condutor mestre e hábil.
Ainda que o sal das águas e dos dias
Tracem sulcos ásperos como veios de garimpo
Não se está só nessa jornada.
Sorva do amigo o olhar de ânimo.
Deixe-se abraçar pelos semelhantes
Que tem o mesmo mapa do amor e da dor.
Creia que a noite vem acompanhada
Por um novo dia de luz e de calor.
Basta abrir os pulmões à energia boa.
Descarte a poluição que nos circunda.
E teima em hastear bandeiras de decepção.
De tudo resta sempre um saldo positivo.
O mundo não acabou ainda.
E se corações batem harmônicos é porque
São capazes de acender ainda a tênue luz do amor.