Foco? Como assim?

Quando você caminha na direção de um sonho, é absolutamente normal que surjam obstáculos. Se não for inteligente, pode ser que você se deixe desanimar pelas dificuldades, e comprometa todo o seu projeto. Também é possível que ocorram situações inesperadas, que embora não sejam motivos de desânimo, o distraem e acabam por conduzi-lo por uma estrada diferente da que você planejou trilhar quando decidiu dar o primeiro passo, afastando-o do seu propósito.

Não importa a área ou o tipo de anseio pessoal que você desenhou para si, sempre sobrevirão lutas, de pequenas a gigantescas. Ainda mais quando diz respeito às questões ligadas ao trabalho e às finanças pessoais, quando fica difícil construir um conceito padrão de sucesso - se é que existe algum -, já que vivemos em um tempo em que a competitividade é acirrada e as opiniões dos especialistas divergem tanto.

Logo, se você não estiver concentrado no alvo, isto é, no ponto onde quer chegar, seja em que prazo for, as suas chances de fracasso serão vultosas. Até aqui, nada de novo.

Ocorre que o grande problema dos que nunca vão mais longe é exatamente o fato de não saberem onde querem chegar. Até pensam que sabem, porém, no fundo, estão apenas agindo com base nas suas emoções e no desejo de ser/ter alguém/algo significativo.

Alguém um dia disse que quando não sabemos para onde vamos, qualquer lugar serve. Todavia, não são apenas as realizações de grande porte que a maioria de nós acaba por nunca completar. Pequenas mudanças que tantas vezes planejamos, e até damos o pontapé inicial para promovê-las, simplesmente não prosperam, porque o foco é perdido sempre que surgem as intempéries.

Com base nisso, arrisco dizer que até as mudanças consideradas ínfimas, mas que não se concretizam, podem contribuir para desviar um indivíduo do seu propósito. Hábitos corriqueiros, como fechar uma torneira, abrir mão daquela porçãozinha extra de arroz, colocar o despertador para tocar cinco minutos mais cedo, dizer “bom dia” ao porteiro, dentre outras, podem fazer total diferença, em longo prazo.

Contudo, muitas das barreiras que se erguerão à nossa frente não terão solução fácil ou imediata. Será necessário investir tempo e esforço para superá-las. Nessas horas de crise, sobreviventes desistem, e todo o empenho feito até então desce pelo ralo, junto com o sonho da pessoa.

O auto-sabotamento é uma atitude comum que diferencia vencedores de fracassados. Por não serem determinados, indivíduos passam pela existência, em círculos intermináveis, porque perdem o foco quando são submetidos às pressões habituais de quem quer galgar o sucesso. Como se não bastasse, de tempos em tempos recomeçam do zero o mesmo ou outro projeto, que só servirá para aumentar a sua pilha de objetivos engavetados. Para piorar, quanto mais colecionam meios-sonhos, maiores são a frustração sentida e a dificuldade de dar sentido às suas vidas, ou a uma parte delas.

Tirar a prova se alguém sabe mesmo onde quer chegar não é difícil. Basta indagar uma pessoa que estiver com o "sangue quente", no meio de um empreendimento no qual ela já investiu horas de trabalho, esforço físico e mental, acerca de onde ela pretende estar daqui a uns meses ou anos. Se gaguejar ou não deixar as coisas bem claras na resposta, isto é um péssimo sinal. Caso responda prontamente, a coisa não é tão ruim assim. Contudo, insista na mesma pergunta por umas três ou quatro vezes seguidas e observe a reação da pessoa. Agora, acrescente alguns "e se...". Quando há consciência plena do que se quer, não há motivos para titubear ao ser questionado a respeito. Todas as respostas serão firmes, porque o projeto da pessoa não tem como base as emoções, e sim a razão.

Seja o seu próprio indagador, no que tange aos questionamentos sugeridos anteriormente. O autoconhecimento é um processo que dura a vida toda, porém, no que diz respeito ao que desejamos ser ou conquistar, é imprescindível definir isso o quanto antes. Esse discernimento evitará a inércia, do ponto de vista mais pessimista, ou que a pessoa acomode-se numa velha cadeira de balanço, que está sempre em movimento, mas nunca sai do lugar, afinal, ser ativista ou proativo não significa ser bem sucedido.

Em um próximo texto, falarei a respeito de como manter-se focado. Por enquanto, meu intuito é levar você a concluir se, realmente, você está convicto do que almeja para si, desde aquilo que você não considera tão importante, mas que requer um mudança de qualquer maneira, até àquilo que você dá muito valor, mas que ainda não é real para você, mesmo que esteja em construção.

E não esqueça: quando precisamos estabelecer um alvo, os sentimentos devem ser minimizados, para que todo o nosso projeto seja fundamentado na razão. Este assunto também será tratado mais adiante, quando o ajudarei a encontrar o foco que guiará você, porque sonhar é incrível, mas realizar é o que dá sentido à vida.

Edna Vaz
Enviado por Edna Vaz em 23/03/2015
Reeditado em 23/03/2015
Código do texto: T5180816
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