O Maior Desafio
Eis uma questão das mais perturbadoras, e porque não dizer também desafiadoras, desse nosso mundo ainda tão inferior: como promover de forma justa a divisão das riquezas do mundo, quando, em sua maioria, ainda não aprendemos a repartir um simples pedaço de pão? Como faremos tal milagre?
Graças ao orgulho e egoísmo humano, as tentativas de implantação do Socialismo, deram até agora, origem a regimes totalitários, atendendo aos interesses de uns poucos privilegiados. Por sua vez, o Capitalismo tem conseguido apenas a ampliação do número de egoístas a terem seus interesses imediatistas acolhidos.
Nem mesmo as religiões, em sua forma institucionalizada, têm não obstante a pregação, logrado se desapegarem de seus templos de pedra adornados de ouro _ fruto da exploração da mão de obra humana, ou de engenhosas e cruéis extorsões.
Inconformado com o fim do relacionamento, o homem invade a casa da ex-companheira, agredindo-a com socos e pontapés. Se não for detido, ele certamente a matará. Em outro caso lamentável, policial enfurecido espanca jovem negro até a morte.
O orgulho e o egoísmo estão na raiz da violência, intolerância, racismo, discriminação etc.
Nas manchetes citadas acima, podemos identificar facilmente pelo menos dois sentimentos que desencadearam as reações violentas: sentimento de posse no primeiro caso, e preconceito racial no segundo. Pois bem, tais sentimentos não passam de manifestações secundárias do orgulho e do egoísmo.
A chave para extirpar do seio da humanidade o orgulho e o egoísmo, reside no processo de reeducação dos indivíduos e da coletividade.
Em síntese, as novas diretrizes educacionais devem ter como bases o respeito ao próximo, a fraternidade e uma visão mais espiritualizada da criatura humana, demonstrando que o homem é algo muito maior que um mero determinismo genético, sendo o corpo atual portanto, simples elemento transitório num quase infinito processo evolutivo.
Os homens não devem mais ser ensinados a temerem a Deus, mas sim a amá-Lo, respeitando e compreendendo Suas leis imutáveis.
Ora, quem obedece apenas por temer o castigo, age como uma criança tola, que não compreende de fato as consequências de suas faltas para si e para os outros. Isso, sem falar nos que se tornam céticos pois, com justa razão, não concebem um deus tão parcial, vingativo, ciumento e mesquinho, como o ensinado pela maioria das religiões.
Deus não perdoa nem castiga, Ele educa.
Quer saber como Deus o educa? Aprenda a extrair o melhor das experiências que a vida lhe oferece; sobretudo daquelas que você mesmo cria no seu dia a dia.
Outro conceito que a reeducação da consciência humana deverá abolir é a ideia equivocada que fazemos da máxima: AMAR AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO.
Não, o amor ao próximo recomendado pelo Cristo, não significa que estamos obrigados a ter pelo outro, a mesma afeição que podemos sentir por nossos pais, irmãos, amigos, cônjuge, filhos etc., porque tais sentimentos são estabelecidos mediante o desenvolvimento de laços emocionais baseados na empatia.
Para nós, o amar ao próximo como a si mesmo, deve levar-nos à compreensão de que, de modo geral, o outro possui os mesmos direitos e necessidades que eu. Dessa forma, compartilhe o seu pão quando for possível, porém, jamais perca de vista que nem só de pão vive o homem.
Como ocorre em qualquer trabalho de conscientização coletiva, a reeducação é um processo gradual e mais ou menos lento. Todavia, tal medida não pode mais ser postergada sem gravíssimos prejuízos para a humanidade.
Ribeirão Preto SP, 10/12/2014.