MENSAGEM PARA MEU IRMÃO GERALDO

Geraldo, meu irmão!

Já escrevi sobre a mamãe. Sobre o papai. Fiz um texto para meu irmão Fidêncio. Um discurso para o Nini, um poema para a Aparecida e uma mensagem para o Marinho. Agora, me perguntei: E o Geraldo?

Nasceu na Piteira. Morou lá até os dez anos. Companheiro da roça do papai. Levado demais. Mas de um coração enorme.

Geraldo, na infância, adorava jogar bola, ia para os matos atrás de passarinhos. Tinha bodoque e costumava até tirar a vida dos bichinhos. Brincava o dia inteiro até cansar. De noite dormia rápido. Não é que ele começou a trabalhar. Primeiro, no Sô Malacco, na Rua da Bahia. O Nini arrumou para ele na loja. Malacco pegava no pé dele. Acabou largando o emprego. Depois, foi trabalhar no Laboratório Protético Pardini que nem existe mais. Depois na empresa Laminação Perfilex. Ficou muito tempo lá. Um dia, operando uma máquina, perdeu uma ponta do dedo da mão. Ficou triste por um tempo, mas sua vida não parou.

Com dezenove anos, casou-se com a Rosinha, a Antônia da Conceição dos Santos, apelidada de Rosinha que, segundo seus pais, quando “nenenzinha”, parecia com uma rosa, bem bonitinha. Geraldo apaixonou-se por ela. Casaram-se os dois muito jovens. Ele com dezenove anos. Ela, também novinha. Acho que uns dezoito anos. Estou em dúvida.

Geraldo e Rosinha foram passar a lua de mel em Sete Lagoas. Não me lembro quantos dias ficou lá na cidade. Só me recordo de que, no retorno a Belo Horizonte, desceram a avenida Ivaí, à noite... Ela de conjunto de saia e blusa amarela. Lembro-me disso. A Aparecida e eu ficamos esperando eles chegarem. Ficamos ela e eu na casa do senhor Olívio e dona Duca, pais da noiva.

Uma única filha demorou, mas chegou para alegrar o casal. A Kátia. Xodó da casa. Única filha do casal. Hoje, advogada, muito bonita. Trabalha na Justiça em Minas Gerais.

Meu irmão, em fevereiro próximo, 2025, completará seus 80 anos. Como o tempo passa! Cadê aquele menino levado? Mamãe gostava muito dele. Papai também. Ele foi companheiro assíduo de papai e mamãe. Até o dia em que foram embora para sempre. A partir de então, construiu uma casinha lá em Florestal. Com dois cachorros com quem é apaixonado, passa a maior parte de sua vida na tranquilidade.

Acho que falei um pouco de quem é este meu irmão - grandão como papai, olhos grandões e verdes. Tenho um grande afeto por ele. Afinal de contas, saímos do mesmo ventre. De nossa querida mamãe, dona Mariinha que, hoje, mora lá no céu. Com certeza papai também está lá. Zelando por seus filhinhos, que ainda estão aqui neste planeta: Zezé, Nini, Geraldo, Marinho, eu e a Aparecida.

Grande abraço, mano!

LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA
Enviado por LUIZ GONZAGA PEREIRA DE SOUZA em 20/08/2024
Reeditado em 20/08/2024
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