Uma manhã qualquer
Uma manhã qualquer
Essa parece ser uma manhã qualquer
Num poente que nunca espera
Num tempo que nos é oferecido
Esse tempo não é mais de promessas
É o tempo de extravasar sentimentos da alma
Tempo de abrir baús, de abrir mensagens secretas
Nessa manhã qualquer
Não dê valor a distância, a lonjura
Adeque-se a realidade, a sensatez, a sensibilidade
Descanse calmamente na contra-luz do seu coração
Sinta o amor que transborda em suaves toques
Numa emoção aflorada e sentida
Nessa manhã qualquer
Amasse aqueles papéis que guarda na gaveta
Aqueles que te trazem recordações
Mas que não foram escritos com sentimentos puros
Nem entre suspiros e lágrimas inocentes
Papéis agora esmaecidos pelo tempo
Nessa manhã qualquer
Deus faz raiar novo dia no arrebol da sua vida
E o sol brilha, o mar cintila, a criança brinca
Uma gaivota rasga o céu, um velho descansa
Se comemora mais um aniversário
Nessa manhã qualquer