O PODER DE UMA META
A princípio não havia uma meta, só o desejo de pôr o preto no branco, de sair do marasmo, de jogar uma pedra no lago para ver os círculos concêntricos se espalhando. Tinha pouco a dizer, mas mesmo assim, atrevi-me e me joguei. Para minha surpresa algo aconteceu, gostei de ler e ser lido. Novos amigos incentivaram, e fui me sentindo quase na obrigação de corresponder ao que me era insuflado sutilmente.
Conheci a magia dos sonetos, que encarei como se fossem quebra-cabeças, com suas regras e dificuldades. Tem sido para mim o melhor dos remédios para manter a mente ocupada, sempre em movimento. Cheguei ao impensado de publicar um livro. Há outro na agulha, dependendo apenas de uma decisão minha.
Seguindo a ordem natural das coisas, começo a observar que há um declínio na qualidade dos textos publicados, fato natural e esperado com a chegada da velhice. Quando iniciei aqui estava com apenas 7.9, hoje cheguei aos 85 anos. Pode até ser que esteja me cobrando mais do que posso esperar de mim. O que importa é que o sentimento é de felicidade, por estar comemorando a milésima postagem, uma meta a que me impus há algum tempo. Um número pequeno para muitos, mas enorme para mim.