Memórias

Nas campinas da minha fazenda, no chão do meu quintal, foi plantado um mandiocal.

Um espaço varrido pela vassoura de folhas de palmeira. Meu caminhão de madeira com volante de tampa de panela; fui caminhoneiro nos meus sonhos de criança. Fui caça e e não caçador dos meus sonhos

Fui mocinho, fui vilão, galopei no meu cavalo de pau de vassoura,

nadei no rio que passava no fundo de minha casa. Senti o aroma das flores silvestres na primavera.

Andei descalço, rodei pião, soltei pipa, troquei figurinhas.

Desejei ser os super heróis dos meus gibis.

Pensei em ser padre da paróquia da minha vila

Cantei e encantei na minha infância.

Recitei poesias no recreio, cantei canções da jovem guarda em minha escola. Fiz guitarra de pau e microfone de vassoura.

Fui crescendo... na adolescência fui bóia fria na roça, cortei cana no alambique, colhi algodão, fui entregador de marmita, engraxate e vendedor de picolé e saquinho de refresco.

Ajudei minha família, envelheci jovem, fui vendedor desenhista, fiz contornos da vida no carvão, a conversão, foi a revisão da vida e o amor por Jesus Cristo que mudou minha vida. Estudei teologia, sou cristão, casei com uma mulher mui amada e tenho duas filhas maravilhosas.

Plantei igrejas, escrevi livros, fiz poesia e canções. Que mais desejo? Se pudesse viver a vida novamente eu a viveria como vivi, passaria por tudo que passei, porque sou feliz como sou.Eu fiz plástica das minhas emoções com o bisturi da razão

Pedro Luiz Almeida