Não vamos falar de crise. Vamos falar de obras.
Melhor; vamos falar de entrega de obras.
Há cinco décadas desenvolvendo projetos e acompanhando obras de siderurgia e mineração por este brasilzão afora, tive a oportunidade de participar da conclusão de algumas delas.
Próximo às inaugurações, como é de se esperar, as Diretorias manifestam contentamentos e agradecimentos aos milhares de funcionários que meses a fio, deram tudo de si para o êxito de seus empreendimentos.
No Projeto Minas Rio – Anglo American – 2014 - Conceição do Mato Dentro (MG.) a celebração foi inusitada. Quando a lama de minério chegou ao Porto do Açu – norte Fluminense - os sinos tocaram anunciando àquela primeira meta alcançada.
Significava que o projeto, à cada dia se tornava mais e mais realidade.
E num misto de alegria e tristeza, à cada badalada que soava, aumentava o aperto no coração dos empregados, por ver aproximar-se a hora de deixar a obra e retornar para casa.
Na expectativa da entrega da Oficina de Manutenção de Vagões e Locomotivas – Vale – Açailândia – MA.,- começo a trocar o "badalar dos sinos" pelo "apito da locomotiva" impulsionando vagões, adentrando a Oficina para a primeira manutenção.
Claro que nós engenheiros, projetistas e empreiteiras com seus bravos colaboradores sentiremos de novo, aquele aperto no coração.
Agradecidos à Deus, voltaremos ao convívio diário de nossos familiares que, decididamente deixados para trás, nunca um dia sequer, deixaram-nos faltar incentivo para realização de nosso sonho escolhido.
Certo é também que levaremos com orgulho, no bolso da camisa de peito cheio e no brilho dos olhos, ainda mais experiência.
Quem sabe, novos desafios nos aguardam?


("o trem que chega é o mesmo trem da partida
a hora do encontro é também despedida")
Fernado Brant e Milton Nascimento
 
Afonso Rego
Enviado por Afonso Rego em 03/07/2016
Reeditado em 10/07/2016
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