LABIRINTOS PRÓPRIOS

Um susto

desperta o que dormia nas margens da alma.

O encanto chega breve,

feito luz atravessando frestas,

prometendo mundos que não existem.

Logo, o desencanto se assenta

como pó sobre móveis antigos,

revelando o que antes não se via.

O sonho caminha entre esses extremos,

nem mentira, nem verdade,

mas uma forma de respirar no meio do caos.

E a lucidez...

não é silêncio,

não é certeza —

é o instante em que se olha no espelho

e se reconhece.

Nós nos perdemos,

não por fraqueza,

mas porque amar é perder-se

em labirintos próprios.

Acreditar é caminhar

mesmo sem saber

se há chão.

Tião Neiva

TIÃO NEIVA
Enviado por TIÃO NEIVA em 14/04/2025
Código do texto: T8309232
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