Porque o passado me trás uma lembrança...

Falar de um tempo, passado, principalmente quando ainda era bem pequeno (uma criança ) é quase que um trabalho hercúleo. Puxar pela memória, quase exaurida, no alto dos meus 62 anos não é uma tarefa das mais fáceis.

Poucas são as lembranças, mas nosso cérebro é capaz de armazenar infinitas recordações, pois a área responsável por conter, filtrar, obter, detectar imagens, e o poder de pelo cheiros, recordar, rememorar os fatos passados, pelas experiências sensoriais (o hipocampo) provam, e nos permite contar, as experiências vividas, ainda que num passado distantes.

Fui uma criança traquina do tipo irrequieta, abelhuda (curiosa) e hiperativa, por assim dizer, e dei muito trabalho pra mamãe.

Umas dessas traquinagem foi ter quase matado - foi isso mesmo que eu disse, matado - meus dois irmãos.

A facilidade, ou descuido, de ter encontrado uma arma de fogo dentro de uma maleta, por pouco não teria acontecido uma fatalidade. O fatídico só não aconteceu por não ter tido forças suficiente para acionar o gatilho da arma, esta apontada e na mira deles.

Pensando eu, ser uma arma de brinquedo.

Claro que esta não é uma boa lembrança, mas que existiram outras menos trágicas, ah também existiram. Como por exemplo, no dia em que ganhamos um beliche, não que não tivemos camas para dormir, mas não era qualquer beliche, era um moderno, todo torneado e fabricado com madeira nobre.

A geladeira fora trocada, os móveis da casa idem e até um caro, usado é bem verdade, também fora outra aquisição de meus pais.

Ahh, mas alegria maior foi termos ganhado uma bicicleta de última geração, coisa que só os riscos poderiam ter, á época. Tempos depois, vim a saber, que meu pai tinha ganho a sorte grande: a loteria esportiva.

Outras, certamente que estão na minha "caixa" de memórias, mas o espaço aqui é limitado e pequeno para poder contá-las.

Enfim, o que eu quero dizer com tudo isso, é que o nosso cérebro é possível, senão de infinita capacidade de armazenar, ao menos de captar os melhores momentos, e porque não dizer, os piores também. Afinal, e no final das contas, aprendemos com todos eles.