O SOM DA SAUDADE
(reminiscência)
Eu adoro ouvir rádio AM... Radio AM é a voz do povo, a linguagem popular. Quando cheguei para morar aqui na capital, no dia 2 de janeiro de 1966, Natal tinha padarias (daquelas tradicionais), conjuntos musicais (lembro-me, particularmente, do Conjunto The Jetson), a Rampa (funcionando como Cassino dos Oficiais da Aeronáutica), o Hippie Drive-in, "Lotação" das Linhas "Rocas/Quintas", "Vila Naval/Areial - Areia Preta", e ônibus para a "Vila Dom Eugênio". Tenhamos também o Quitandinha, Hotel Reis Magos, Grande Hotel e, entre outras riquezas, tinha cinco emissoras de rádios AM: Poti, Cabugi, Nordeste, Rural e Trairi. A Rádio Poti, em um dia como o de hoje (2/11), fazia uma programação de reverência à memória de nossos entes queridos que já estão em outra "Dimensão". Era sim, uma programação toda especial naquele dia, executando canções só cantores falecidos. Gente que cantou e encantou gerações: Maysa, Francisco Alves, Vicente Celestino, Dalva de Oliveira, Coronel Ludugero, Carlos Galhardo, Carmen Miranda, Paulo Sérgio, Evaldo Braga, Altemar Dutra, Elis Regina, Clara Nunes e tantos outros. Era uma homenagem linda de saudade. Hoje Natal tem cerca de um milhão de habitantes e NADA mais.
Chico Potengy
Em 02 de novembro de 2017
Em tempo: é atribuída ao professor Clementino Câmara (1888-1954), a frase: "Natal: cidade do já teve."