Memórias.015
MEMÓRIAS DE UMA FILHINHA
Há mais de seis décadas, uma pequena boneca de borracha, chamada carinhosamente de Filhinha, foi recebida de braços abertos por uma menina. O nome, simples e doce, foi um presente da mãe, que via na pequena figura um reflexo do carinho materno que habitava em seu lar. Era uma época em que os brinquedos tinham alma, e Filhinha, se tornou o símbolo das mais doces brincadeiras e sonhos de infância.
Com o tempo, os anos foram se somando, e Filhinha permaneceu ao lado de sua dona, como uma guardiã das memórias daquele tempo ingênuo e feliz. Quando os dias de criança se transformaram em dias de adulta, a boneca foi guardada com cuidado, como se fosse um tesouro de saudades.
Então, um novo capítulo começou pra a dona da boneca Filhinha, quando sua neta, Marina, chegou ao mundo. Como em um ciclo de amor e legado, Filhinha foi passada para as mãos da pequena, que deu nova vida àquele brinquedo tão especial. Marina brincou com a boneca que já havia sido companheira de infância da sua avó paterna e as memórias da infância se entrelaçaram mais uma vez, agora com outro brilho no olhar e novas histórias a serem contadas.
Os anos passaram e Marina agora com 18 anos, percebeu o valor imensurável de Filhinha. Com carinho e respeito, ela devolveu a boneca à sua avó Fernanda Xerez, como quem devolve um pedaço precioso da história familiar. Aquele gesto, cheio de amor, era mais que a devolução de um brinquedo: era a continuação de um legado de afeto, de lembranças partilhadas e de laços inquebráveis entre gerações.
Hoje, Filhinha descansa novamente nas mãos de sua primeira dona, lembrando que o tempo pode passar, mas o amor transmitido por um simples gesto, é eterno.
Foto: Arquivo Pessoal
⇒ Esta é Filhinha, a minha boneca!...
Mamãe tinha por hábito batizar as nossas bonecas. Filhinha foi o nome
escolhido por ela, quando eu ganhei de presente em ´´mil novecentos e bolinha.´´