Memórias da Primeira Estação: O Primeiro Amor
"Sabe, sempre tive um segredo pra contar, mas coragem nunca tive de falar." Nos tempos de descobertas e aventuras, conheci "Primeira Estação", aquele que se tornaria meu primeiro amor. Ele era mais que um amigo; era o sol que aquecia meus dias e a lua que iluminava minhas noites. Nossa paixão era um segredo guardado com o fervor de um coração jovem e apaixonado. O silêncio era nosso companheiro constante, e a indecisão, uma sombra persistente que nos envolvia em mistério e desejo não revelado.
"A chama continua" acesa, e cada encontro era uma dança silenciosa de sentimentos. Lembro-me da vez em que ele se escorou em minha perna na sorveteria, um gesto simples que fez meu coração disparar como nunca antes. "A gente ri, a gente chora, fazendo a noite parecer um dia", como em "Chorando e Cantando" de Geraldo Azevedo, descrevia perfeitamente aqueles momentos mágicos e nervosos. O toque dele era uma melodia que eu temia e ansiava ao mesmo tempo, uma mistura de esperança e medo.
"Eu te amo e tá difícil de esconder", ressoava em minha mente enquanto nosso amor permanecia platônico, um jogo de olhares e gestos que nunca se transformou em palavras. Houve momentos em que "Primeira Estação" deixou a porta do coração aberta, como naquela noite em minha casa, quando me desafiou a fazer o que quisesse. Mas o medo, meu velho companheiro, sempre me impedia de cruzar essa barreira. O silêncio prevalecia, e a coragem nunca vinha.
"Meu primeiro amor, o meu coração bate por você", era a música que ressoava em meu coração, especialmente quando ele me convidou para tomar banho juntos após a festa do vestibular. Eu ansiava por coragem para dizer "Venha me fazer perder o medo, estou te amando", mas a timidez me calava. O amor que sentia era intenso e verdadeiro, mas as palavras nunca encontraram o caminho para se libertar.
Com o tempo, "Primeira Estação" encontrou alguém para compartilhar sua vida, e nossa amizade tomou um novo rumo. "Mudaram as estações, mas nada mudou", como cantava Cássia Eller. Mesmo existindo essa paixão, nosso primeiro contato com o amor nunca se concretizou em uma relação física. Nunca houve beijos ou transas, nenhum tipo de sexo, apenas abraços e toques que falavam mais do que palavras.
Hoje, nossa amizade continua, um testemunho do amor que foi e do respeito que sempre será. O sentimento de paixão transformou-se em um amor mais sutil, um carinho e cuidado que o tempo não conseguiu apagar. Nossa história está gravada pelo tempo e marcada em nossos corações, uma melodia eterna que ainda toca suavemente em minha alma, lembrando-me da beleza de um amor que transcendeu o tempo e as palavras.