“Como e por quê você se tornou professora?”

Eu, Rute Barboza da Silva desde criança, sempre fui muito ligada a natureza e questionadora das coisas. Minha mãe se via em apuros para responder as minhas indagações e ouvir constantemente minhas argumentações. Morava no interior de Rondônia Ji-Paraná na linha 114- Riachuelo. Eu, a mais velha de sete irmão paguei cara a sina de ter nascido menina visto

que meu pai desejava filhos homens.

Aos sete anos (1977) começava minha vida acadêmica. 1ª série, na escolinha nova Riachuelo. Estudava pela manhã e à tarde já ajudava meu pai na roça e, ainda tinha minhas responsabilidades na lida diária no sítio (tratar dos porcos – prender as galinhas – lavar as vasilhas pra mamãe – fechar o paiol – etc.)

Eu amava ir para a escola, achava linda a cartilha "Caminho suave" na qual fui alfabetizada. E a professora Madalena um amor de pessoa. O carinho que ela dedicava a nós era contagiante ver ela chegar com os livros no braço eu dizia para mim mesma: -Quando crescer vou ser professora.

Por questões de ignorância do meu pai só estudei até a 4ª série, depois de longos 37 anos de interrupção nos estudos eu finalmente tive a oportunidade de retornar aos a sala de aula, e sim, fui estudar para ser professora. Formei-me em Pedagogia, especialista em psicopedagogia, mestrado em Educação. Hoje sou realizada no que faço sou professora da rede pública municipal de Porto Velho-RO, já em face final do doutorado percebo que devo estudar ainda mais.

Na atualidade vivemos numa sociedade tecnológica onde as mídias influenciam comportamentos, atitudes, modismo, estilo de vida e as profissões vão acompanhado a evolução humana. Na era das máquinas a otimização do tempo gera movimento, fluidez e praticidade muitas profissões foram extintas ou renomeadas, mas uma coisa não se pode negar a instrução tem de ser oferecida. Nesse quesito de instruir o professor permanece ativo.

Para atender o modismo chamado modernidade chamam-no de tutor, facilitador, orientador, mas, na real é um professor que vai instruindo o outro (aluno) como proceder para realizar tal tarefa e chegar ao objetivo pensado.

No auge dos meus 54 estou muito feliz e realizada com minha profissão fácil não é, mas me rede muitos risos de felicidades saber que dezenas de pessoas que fazem uso da leitura e escrita fui eu quem as alfabetizou, é mágico é maravilhoso.