O PRIMEIRO VÍDEO CASSETE A GENTE NUNCA ESQUECE.

Comprei meu primeiro aparelho de vídeocassete em maio de 1990, um mês antes da Copa do Mundo da Itália. Lembro-me como se fosse hoje: eu estava em uma fila do Banco do Brasil, Agência Cidade Alta, e um homem, na fila ao lado, portava umas fitas BASF da cor vermelha nas mãos. Fiz uma pergunta sobre aquele material e percebi que estava diante de "muambeiro". O homem me disse que dentro de seu carro, no estacionamento do lado do banco, tinha um aparelho da marca National de "4 cabeças", "embalado na caixa", garantiu. De fato, quando cheguei no carro vi que o homem era um "muambeiro" de primeira categoria. Ele me fez escolher uma caixa, entre umas cinco, seis, e abrir uma das embalagens. Eu disse a ele que faria isso em minha casa, e o levei até à minha residência no bairro do Alecrim. Fizemos negócio na mesma hora. O aparelho era tão bom que só em 1993 ele apresentou o primeiro problema, e foi quando Graça "Aranha" disse:

- Nossa, meu "filho", finalmente você conseguiu quebrar seu vídeo cassete. Não sei como o pobrezinho lhe aguentou por tanto tempo.

Graça sempre teve um jeito exagerado de, "sutilmente", me criticar. É fazia isso muito séria e um olhar medonho mas paradoxalmente lindo... Coisa de mulher. Coisa de virginiana. Logo que comprei o aparelho de VHS comprei também um volume do Guia de Vídeo, publicado pela Editora Abril. Não para me influênciar com sua classificação de estrelas (eu decido se o filme me agrada ou não), mas para saber o que dizia a critica sobre determinado filme. Próximo de minha casa havia "centenas" de locadoras de vídeos. Em Natal, quando um negócio dá certo, vários seguem o rastro. Fiz meu cadastro na Locadora Laser. Para mim foi o maior e melhor acervo de filmes que tivemos. Ficava na avenida Prudente de Morais já próximo da avenida Bernardo Vieira no bairro de Lagoa Seca. Havia uma seção que era a minha cara: "Clássicos do Faroeste". Encontrei o VHS com o filme "Resistência Heróica", com Gregory Peck, que eu não conhecia. Quando cheguei em casa fui dar uma olhada na crítica: (**) duas estrelas. Depois de ver o filme, perdi toda a minha confiança nas opiniões de Rubens Ewald Filho.

Chico Potengy.

Texto de 18 de outubro de 2018.

chico potengy
Enviado por chico potengy em 19/10/2024
Reeditado em 20/10/2024
Código do texto: T8177468
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