Minha escolinha de natação
Minha escolinha de natação, na minha infância, era muito peculiar
Parecia uma brincadeira, tudo com muita alegria, como a gente aprendia a nadar
Mas dava resultado, todos saíam formados e não tínhamos reprovado
Escolhíamos as estações sem chuvas, quando o rio estava calmo
Nadar, para as crianças da roça, era uma forma de superação
Para enfrentar os desafios que a vida nos oferecia no sertão
Todos tinham que aprender para se defenderem das águas do Ribeirão
Que quando as chuvas chegavam, logo ele se espalhava, causando inundação
A escolinha era criada por toda criançada
Os maiores que já sabiam nadar e também por aqueles que ainda iam se aventurar
Com o consentimento de todos que queriam participar
Tudo era democrático, ninguém ali era forçado a aprender a nadar
Escolhemos uma bela árvore, frondosa, que ficava toda verde, anos a fio
Galhos grossos e compridos, ficava debruçada sobre o leito do rio
Onde os poços eram fundos e vencer aquelas águas era o nosso desafio
A gente subia na árvore, depois pulava, tinha que sair nadando e vencer a correnteza do rio
Tinha também uma metodologia
Todos éramos orientados, para os passos que se seguiam
Os que já sabiam nadar, ficavam a esperar dentro das águas do rio
Para dar segurança para os que iam pular e que não conseguissem nadar, vencendo a correnteza do rio
Subíamos naquela árvore com grande animação
Na nossa inocência, não víamos perigo, mas sempre pedíamos a Deus, proteção
Nossos pais nem desconfiavam dessa nossa malinação
Tudo era feito em segredo, quem se atrevesse a contar, não recebia perdão
Não esqueço as brincadeiras da escolinha de natação
Onde também aprendíamos uma grande lição
Respeitarmos nossos limites e também nossos irmãos
Sermos leais e companheiros e sempre verdadeiros em qualquer situação