Há 100 ANOS ATRÁS!
HÁ 100 ANOS ATRÁS!
LUIGGI CARLLONNI DEL VECHIO um descendente italiano, cronologicamente está no século XXI no ano de 2023. Com todas as regalias que a tecnologia pode oferecer inclusive a 5G de última geração. LUIGGI CARLLONNI se voluntariou a passar por uma experiência incrível de retroceder 100 anos e voltar ao século XX no ano de 1923 pelo sistema de HIPNOSE PROFUNDA.
Após receber as orientações do Dr JERSEY DIOW, já acomodado no divã, o LUIGGI CARLLONNI já em processo HIPNÓTICO, entrou no circuito regressivo e começou a relembrar dos tempos nostálgicos vivido por ele e a sua família. Lembrar de todo seu passado das mais variadas formas foi importante e válido foi como se ele estivesse saindo de um livro ou de um longa-metragem um verdadeiro filme de cinema. Com a memória retroativa ativada pela hipnose, deu um toque mais refinado nas lembranças porque a vida é simplesmente uma estrada e nossas idades os quilômetros rodados, sigamos em frente....
Quando o LUIGGI CARLLONNI despertou, já estava na década de 20, no Bairro Manuel Basílio no Rio Grande do Sul, parecia um bairro de sitiantes, com casas simples, com pomares, árvores, jardins, criações de passarinhos, de patos, galinhas, porcos, as ruas não eram asfaltadas e quando chovia a lama e o barro faziam parte do cenário como prenúncio do progresso, de um futuro que parecia demorar mas estava tão próximo e certo que ninguém fazia questão de fazer contagem regressiva ou cronometrar, ainda era o século XX.
E assim foram passando os tempos, os dias, os anos, e como sabemos, o Bairro Manuel Basílio-RS , na Rua Joana Mafalda 238 (residência que existe até hoje com nossa família) e outras redondezas por esse Brasil afora, foi uma época em que as doenças se curavam com chás, ervas, tinha benzedeiras e o uso dos recursos alopáticos da medicina eram poucos ou quase nada procurados. Nascimentos e rebentos, as parteiras davam conta, eram partos naturais, as gestantes corriam menos riscos e a meninada nasciam saudavelmente fortes e em poucos dias após o nascimento era vida normal.
Por muitos momentos os Farmacêuticos faziam as funções de um médico com diagnósticos certos e precisos. Sedentarismo era quase inexistente pois a tecnologia da informática não estava catalogadas nem em sonho, os brinquedos se não eram artesanais, eram imaginários ou a própria natureza se incumbia de emprestar sua parte lúdica e o povo andava mais, trabalhava-se muito mais fisicamente, os alimentos não continham tantos agrotóxicos e indiretamente a saúde do povo era muito mais preservada. O perfil da maioria das pessoas eram magras, fortes e saudáveis, se viva com muita alegria e harmonia.
Quando chovia existia um acessório que se chamava GALOCHA, que era um SAPATO DE BORRACHA que os mais antigos usavam para evitar que a chuva e a lama molhasse ou sujasse os seus calçados, na verdade os mais antigos daquele tempo andavam com um fabuloso paramento anti chuva, era capa, guarda-chuva e a galocha, uns ainda ousavam a usar adornos como luvas e chapéus, para chegarem em seus destinos impecavelmente apresentáveis, enfim tudo isso deixava as pessoas mais charmosas e mais bonitas com um toque EUROPEU pois andar bem vestidos era uma marca, um costume, os homens em sua grande maioria vestiam terno e gravata, as mulheres belos vestidos de seda ou cetim cheios de charme .
Meu avô JUVELLONNI CARLLONNI havia comprado um lote na rua que já mencionei, o terreno era grande, um pouco declinado e úmido, pois aquela região era uma região de várzea, mas isso não foi problema para ele e os demais compradores que posteriormente seriam nossos vizinhos, e com sua sabedoria, inteligência e polivalência, construiu uma bela casa que para os padrões da época era considerada uma grande e confortável residência, neste mesmo endereço ele construiu mais duas casas com dois quartos e cozinha e um banheiro (coletivo) no quintal que lhe rendiam capitais pois ele as alugava para aumentar seus dividendos e ajudar no orçamento, tudo executado e projetados por ele e a minha avó, naquela época as mulheres se orgulhavam em ajudar seus maridos nas construções, sem deixar seus afazeres por fazer.
Os dois tiveram dois filhos, hoje os quatros estão na morada do Senhor, cumpriram suas missões e estão num plano superior nas graças de Deus, mas deixaram uma grande riqueza, uma fabulosa herança, "A educação", cidadania, honestidade, a disciplina, o respeito etc. e isso ninguém pode nos roubar.
Assim digo que graças aos nossos avós crescemos com dignidade, respeitando e sendo respeitados.
Meu tio PEDRONNI CARLLONNI era dois anos mais velho que meu pai, na sua juventude ele foi um bom karateca das mais altas graduações (Sensei), atingindo sua maior idade ingressou na Polícia Civil do Estado do Rio Grande do Sul que era composta por policiais diferenciados com escolaridade e bom nível cultural.
Seguindo o exemplo do seu pai o JUVELLONNI CARLLONNI, meu tio trilhou seu caminho como policial exemplar, gostava de umas piadinhas, era brincalhão mas muitíssimo responsável. Em determinada época de sua vida casou-se com a dona Cássia Maria Del Vechio, dessa união nasceu um filho, como meu avô, ele comprou seu terreno na cidade de CAXIAS do Sul, construiu sua casa com a ajuda de meu avô e viveram felizes por muito tempo. Até a descoberta de um problema de saúde grave que minha tia tinha adquirido em sua cidade PORTO ALEGRE, doença que causou o inchaço do coração e consequentemente seu mau funcionamento pouco tempo depois, a doença venceu o tratamento que a levou a óbito.
O segundo filho, cresceu na disciplina caseira de meus avós ao chegar à sua fase de servir as forças armadas meu avô não titubeou fez questão que ele servisse às forças armadas no Exército Brasileiro e assim foi. Diferente de meu tio em termos de comportamento o segundo filho era mais solto, despojado e disperso, também um pouco mais brincalhão com uma pitada a mais de humorismo, mas tinha uma queda exacerbada e descontrolada pelas mulheres. Nessas andanças pelo bairro teve muitas festinhas pra lá, bailinhos pra cá, acabou acontecendo o romance com a mulher, papo vai papo vem, aconteceu o que não era para acontecer, a sua futura esposa ficou grávida na fase do namoro, o seu pai sabendo disso nem pestanejou e o fez casar, pois seu caráter ilibado não ia ficar tranquilo se o fim não fosse esse!
Já casados, falhas corrigidas, vida normal, o segundo filho foi trabalhar no Correios e Telégrafos e cumpria seu papel como bom pai e chefe de casa. Era uma vida simples mas o arroz e o feijão nunca faltaram na mesa pois esse zelo ele teve até o último dia de sua vida.
Aos poucos o Dr JERSEY DIOW foi revertendo o processo e o paciente LUIGGI CARLLONI foi voltado e detalhando algumas lembranças ao Dr JERSEY que além de anotar ainda gravou os murmúrios balbuciados pelo paciente dos fatos vividos no século XX no ano de 1923, exatamente 100 anos atrás.
OPoet@LuízKon'Z
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