No espelho do ser
Para ver o outro,
olho-me primeiro,
Nas águas internas,
busco o inteiro.
Só no encontro
com o que sou,
É que o mundo
em volta se revelou.
Nas veias do tempo,
vou me entender,
Para no outro,
enfim, me reconhecer.
Descubro histórias
nunca contadas.
Cada cicatriz
é uma ponte erguida,
Que conecta meu ser
à vida vivida.
No olhar do outro,
vejo reflexo,
Um pedaço meu,
até então disperso.
Compreendo seus medos,
seus risos, sua dor,
Pois já caminhei
por esse corredor.
Conhecer-me
é abrir janelas, não portas,
Para que o vento da vida
me transporte.
E assim, de dentro pra fora,
a expansão,
Do "eu" ao "nós",
um só coração.