Além das cicatrizes

Sob a chuva, as recordações afloram. Três anos passaram, mas o meu coração ainda bate forte, e as cicatrizes não se fecharam.

Durante esse tempo, me dividi entre a culpa e o clichê de ouvir: "esquece, segue em frente". Apesar das novas histórias, vivi cercada pela saudade e pela tristeza que teimavam em me acompanhar. Quando estamos perdidas, parece impossível entender.

As notícias chegavam, eu as absorvia, fria. As fotos, olhava em silêncio. No quarto, eram as lágrimas que conversavam comigo. Para mim, ainda é difícil aceitar que o tempo passou e que posso viver de outra forma. Do meu coração, restaram apenas as feridas de um passado escuro.

Às vezes, sonho com teu sorriso. Imagino que um dia possamos trocar novas palavras e dividir novos instantes. E espero. Mas talvez seja hora de apagar, renascer e seguir. Como um pássaro, é preciso voar além do passado, por mais clichê que pareça.

Felipe M do Carmo e Anastásia
Enviado por Felipe M do Carmo em 16/09/2024
Código do texto: T8152750
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