O ETERNO 20 SE APROXIMA

Nas Coxilhas de campo aberto

Entre a alma do vento e o pó da estrada

Me criei, gauchinho atento

Observando encilha bem alinhada

 

Nos cantos da estribaria

Botas tiniam ao toque do couro

E o suor da lida de cada dia

Misturava-se ao mate e ao jorro

 

O 20 de setembro se aproximava

O cheiro de cavalo e poeira no ar

A bombacha recém engomada

Era tempo de o pampa saudar

 

Meu avô Brasil da Silveira

Quarta geração de sesmeieiro

Com orgulho e altivez verdadeira

Desfilava seu dna tropeiro

 

No braço forte, bandeira erguida

Eu guri com pouco mais de três

No colo dele, firme na vida

Já sentia o amor ao que ele fez

 

A marcha do passado nos guia

E o campo, guardião da tradição

Carrego as memórias, a valentia

Do homem, do cavalo, da nação

 

Decimar da Silveira Biagini

14 de setembro de 2024