MEMÓRIAS DE SETEMBRO (Um percurso sem fim...)

Nestes dias em que a melancolia se estabelece no peito de um pensador que não pensa mais em nada, a não ser na sua própria existência diagnosticada de sentimentos confusos e rebeldes. Eis um ser que não perambula seus mistérios, come a carne daquilo que sonha e sonha aquilo que descome. O vício se debateu na penumbra ardente das minhas memórias. Ouvindo um som nostálgico, a alma salta de passado e neste presente ardente que vivo, meus argumentos são fagulhas intimistas que não equivalem fazer de conta.

Tenho por mim um solitário cavaleiro que não é de filme que falo, exalo um ardor nas narinas que ultrapassam os ouvidos daquilo que não ouço e daquilo que faço e ao mesmo tempo refaço.

Gosto de ser contraditório por vezes, às vezes exageradas nas correntes grossas que não desatam os nós que brotam luzes que não brilham. Gosto das contradições da vida, vidas que não prosseguem, vidas que esbarram em outras vidas que não se valorizam, apenas se calam quando deviam gritar ao mundo. Gosto de ser mundo no mundo de tantas desconfianças.

Hoje, sem que ninguém saiba dos meus interiores percalços, vou adiante no ritmo acelerado das incertezas cravadas e gravadas no inconsciente do íntimo.

Cessarei por aqui, porque eu sei que não vivo sem escrever o que penso e o que por vezes não tento pensar. Me despeço, sim, eu sei que volto de vez em quando, quando a volta se revolta com tantas escritas inúteis e fúteis.

BENTO JUNIOR
Enviado por BENTO JUNIOR em 14/09/2024
Reeditado em 15/09/2024
Código do texto: T8151313
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