O sono do tempo
Acordei
E de todas as ações suscitei o esboço dos sonhos guardados
O tempo passou correndo e não negou-se pegar em minha mão
A velocidade das horas me afastava da puericia
Passavam-se as noites, passavam-se dias, passaram-se anos.
E na fome continua de vida
O tempo carregou-me em seu colo quando cansei de correr
As auroras gritavam por mim e lá eu tinha que comparecer
Cada minuto perdido eram cobrados com juros pelos abandono do verdô da idade.
A indecisão era minha parceria de todos os dias
O tempo não parava e eu ainda podia lhe acompanhar
O tempo entretando parecia viajar
As vezes lentamente como num barco
Outras vezes, mais rapido que um foguete em festa de reveillon
As primaveras pintaram meu cabelo cor de neve
O tempo acelerou os seus passos e eu comecei a cansar
A paralisia nostalgica dos lugares me fazia um "Janus"
Via o tempo avançando, simultaneamente, em duas direções opostas:
O pretérito em potência decrescente afastando-se lentamente
E o presente, o bem mais consciente e cheio de oportunidade
O futuro mecanicamente, estava muito além dos meus olhos.
O sono chegou...
Adormeci no sono da alma...