A chegada da Família Prado na região do alto Urucuia em Buritis (MG)
A chegada da Família Prado na região do alto Urucuia em Buritis (MG).
(Por Onofre Ferreira do Prado)
Antes, preciso destacar o importante trabalho de pesquisa do escritor e historiador Oscar Reis Durães, a fim de trazer para Buritis uma obra de imenso valor histórico e cultural, como é o caso do livro Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano. Para realizar tal feito, o autor precisou atravessar as fronteiras de Buritis, passando por Unaí, Paracatu, Ouro Preto, Belo Horizonte, São Romão, São Francisco, Brasília, Formosa, em Goiás, entre outras buscas e pesquisas, sendo preciso, ainda, dispor de tempo, de coragem e de uma tremenda vontade de trazer para a região um valor que o dinheiro não compra, como resgatar a história de um lugar, a passagem das pessoas e a reconstrução de suas memórias).
Então, vamos ao tema do momento.
Com base nos registros do escritor Oscar Reis Durães, no livro Raízes e Culturas de Buritis no Sertão Urucuiano, o primeiro Prado que chegou na região do alto Urucuia foi Raimundo Ferreira do Prado, aqui chegando por volta de 1856, viúvo, com meia idade ou quase velho, trazendo um filho e um irmão. O filho era Ladislau Ferreira do Prado. O irmão era Manoel Ferreira do Prado. Raimundo ao chegar comprou a Fazenda Barriguda. Manoel, seu irmão comprou a Fazenda Serra Acima. Supondo que Raimundo chegou aqui entre 1855 e 1856, conforme aparece nos registros das Fazendas adquiridas na época, como se vê na página 96 do referido livro, e considerando que chegou com meia idade ou quase velho, é possível presumir que nasceu por volta de 1816 e estivesse com 39 ou 40 anos. E se o filho, Ladislau chegou aqui ainda moço, é possível também supor que Ladislau nasceu por volta de 1839 e contasse com 16 ou 17 anos .
Ladislalu Ferreira do Prado, que mais tarde recebeu o título de capitão, uma patente comprada e concedida pelo governo a uma elite da época, como os grandes proprietários rurais, comerciantes e diversos políticos com influência sobre a população, casou-se com Belizaria e tiveram cinco filhos, sendo eles:
1. Raimundo Ferreira do Prado
2. Carlota Ferreira do Prado
3. Maria Ferreira do prado
4.Tereza Ferreira do Prado e
5. Merência Ferreira do Prado.
1. Raimundo Ferreira do Prado, que recebeu o mesmo nome do avô, casou-se com Antônia Josefina de Queiroz, filha do fazendeiro Marcolino de Queiroz e de Joaquina de Queiroz. Raimundo e Antônia tiveram nove filhos, a saber: Marinho Ferreira do Prado, Norberto Ferreira do Prado, Tito Ferreira do Prado, Raimundo Ferreira do Prado Filho, Otávio Ferreira do Prado, Ladislau Ferreira do Prado, Brígida Ferreira do Prado, Vitalina Ferreira do Prado e Maria Ferreira do Prado, mais conhecida por Maroca.
2. Carlota Ferreira do Prado, casou-se com Egídio Evangelista de Sousa com quem teve 8 filhos, sendo eles: Gil Evangelista do Prado, João Evangelista do Prado, Frutuoso Evangelista do Prado, Maria Evangelista do Prado, Zefirina Evangelista do Prado, Inês Evangelista do Prado, Joana Evangelista do Prado e Izabel Evangelista do Prado. Carlota Ferreira do Prado e Egídio Evangelista de Sousa eram os avós de Egídio Evangelista do Prado, esposo de dona Celina Pitangui.
3. Maria Ferreira do Prado, casou-se com Florentino José de Souza, sendo mãe de 3 filhos: Vitalina Josefina de Souza, Tiburtino e Zefirina. Vitalina minha bisavó materna e madrinha nasceu em 1883 e faleceu em 1976, foi casada com meu bisavô Crescêncio Antônio da Silva, sendo os pais de Theodora Antônio da Silva (minha avó), de Marinha, Rosendo, Ranulfo, Pedro, Andalécio, Simplício, Maria, Floriza (falecida com 13 anos) e o mais novo Felipe. Vitalina e Crescêncio eram proprietários da Fazenda Pé da Serra. Tiburtino, o segundo filho de Maria Ferreira do Prado, casou-se com sua prima de primeiro grau Joana Evangelista do Prado (filha de Carlota Ferreira do Prado), com quem teve 2 filhas, Zita Ferreira do Prado e Duca Ferreira do Prado. Zita, que se casou com Pedro Bito e com quem teve os seguintes filhos: Norival, Edmar, Maria, Alaíde, Bitim e Maria Nilva Prado. Duca que se casou com Firmino, sendo a mãe de Chico (Francisco), que se mudou novo para Brasília. Por último, Zefirina, a terceira filha de Maria Ferreira do Prado, que não sabemos com quem se casou. Zefirina era mãe de Faustina, Inácia e de outros. Era fazendeira na beira do Urucuia, acima do ribeirão Taquaril.
4. Tereza Ferreira do Prado, casou-se com Clemifino, com quem teve 2 filhos: Marcelina e José. Marcelina era mãe de Ciana do Prado, esposa de Vitalino Gonçalves e com quem teve vários filhos, sendo eles: Alberto, Cecília, Raimunda, Docha, Manoel, Jorge, Pedro, José e Dilau. Ciana e Vitalino eram proprietários da Fazenda Macaúbas ou Barro Vermelho fazendo divisas com a Fazenda Rabicho na região da Barriguda.
5. Merência Ferreira do Prado teve 3 filhos: Belizaria, Teotõnio e Tibúrcio. Não sabemos com quem se casou.
O primeiro filho de Raimundo, Marinho Ferreira do Prado e meu avô paterno casou-se com Maria Cândida Lopes (1899-1993), mais conhecida por Maroca, filha do coronel Cândido José Lopes e tiveram um único filho Raimundo Ferreira do Prado, meu pai.
Norberto Ferreira do Prado, era pai de Orlando de Sousa Prado e de Norberto de Sousa Prado. Não sabemos com quem se casou.
Tito Ferreira do Prado, casou-se com Maria Albano e teve 2 filhos: José Ferreira do Prado e Ana Judith do Prado, depois de casada passou a assinar Ana Judith Monteiro. Ana Judith sempre morou em João Pinheiro (MG).
Raimundo Ferreira do Prado Filho, morreu solteiro e não deixou descendente. Minha avó, Maria Cândida Lopes dizia que Raimundo, seu cunhado faleceu acidentalmente com arma disparada quando pegava um cavalo no pasto. O revólver caiu da cintura, quando bateu no chão disparou atingindo-o mortalmente.
Otávio Ferreira do Prado, casou-se com Genoveva Pereira da Silva e tiveram 7 filhos: Dr. Lourenço Ferreira do Prado, Marilda Ferreira do Prado, Nonato Ferreira do Prado, Irineu da Silva Prado, Rinaura Ferreira do Prado, Marina Ferreira do Prado e Berenice da Silva Prado.
Ladislau Ferreira do Prado, mais conhecido por Dilau, casou com Domiciana e teve um filho único, Nilson Ferreira do Prado. Tinha fazenda no Pasmado, entre Buritis e Formosa, Goiás.
Brígida Ferreira do Prado, casou-se com José Antônio Lopes, mais conhecido por Zé Lopes, filho do coronel Cândido José Lopes, mas não deixou descendente. Minha avó Maria Cândida Lopes contava que seu irmão abandonou a esposa Brígida, indo morar em Goiás com outra mulher. Nunca mais deu notícias e nem voltou à terra natal.
Vitalina Ferreira do Prado teve 2 filhas: Alfreda Fonseca Melo e Lira Fonseca Melo. Alfreda mais conhecida por Fiduca casou-se com Dário Evangelista de Queiroz (Darihho) e Lira casou-se com Gilberto Evangelista de Queiroz (Beto), irmão de Darinho.
A nona filha de Raimundo, Maria Ferreira do Prado, também conhecida por Maroca casou-se com Antonino Cândido Lopes, filho do coronel Cândido José Lopes. Maria faleceu logo depois de casada e não deixou descendente.
Gil Evangelista do Prado, o primeiro filho de Carlota Ferreira do Prado e de Egídio Evangelista de Sousa, casou-se com Cinira Joaquim Santana, conhecida por dona Negrinha, natural de Paracatu. O casal teve 10 filhos: Zoraíde Santana Prado, João Evangelista do Prado, Arcilieta Santana Prado (Arci), Mariana Santana Prado, Ernesto Santana Prado, Carlota Santana Prado, Inês Santana Prado, Gentil Santana Prado, Saul Santana Prado e Maria Socorro Santana Prado.
João Evangelista do Prado, o segundo filho de Carlota Ferreira do Prado, teve 2 filhas: Ana Evangelista do Prado e Anita Evangelista do Prado. Ana é mãe de Maria do Prado e avó do advogado Sandro Prado e de outros. Anita é mãe do escritor e advogado Jaques Valadares do Prado e de outros, é avó do publicitário Gilberto Valadares, atuante na comunicação em Buritis.
Frutuoso Evangelista do Prado, o terceiro filho de Carlota Evangelista do Prado, casou-se com Maria Rodrigues da Costa e teve 5 filhos: Egídio Evangelista do Prado, Teodoro Evangelista do Prado, Dionísio Evangelista do Prado, Astrogilda Evangelista do Prado e Justiniana Evangelista do Prado.
A quarta filha de Carlota Ferreira do Prado, Maria Evangelista do Prado, minha bisavó materna, casou-se com meu bisavô Higino da Rocha natural de Paracatu e fazendeiro em Buritis. Maria e Higino tiveram 3 filhos; Honório Antônio da Rocha, Camila Antônio da Rocha e Cândida Antônio da Rocha, proprietária da Fazenda Atrás da Serra. Camila era muda e morreu solteira. Cândida era a mãe de Uilson Afonseca Silva (fotógrafo em Brasília) e de outros.
A quinta filha de Carlota Ferreira do Prado, Zefirina Evangelista do Prado, casou-se com Bernaldo Rodrigues da Costa, irmão do famoso fazendeiro dos Mangues Felipe Rodrigues da Costa. Zefirina e Bernaldo tiveram o filho Honório Rodrigues da Costa, fazendeiro no Confins, pai de Hélio Rodrigues Valadares e de Misa. Misa reside em Brasília.
A sexta filha de Carlota Ferreira do Prado, Inês Evangelista do Prado, casou-se Rosato de Oliveira e tiveram 2 filhos, Egídio Oliveira Prado e Eugênio Oliveira Prado (Geni).
A sétima filha de Carlota Ferreira do Prado, Joana Evangelista do Prado, casou-se com seu primo de primeiro grau Tiburtino (filho de Maria Ferreira do Prado), conforme foi mencionado acima.
A oitava filha de Carlota Ferreira do Prado, Izabel Evangelista do Prado era mãe de Raimunda Teixeira de Souza, que casou-se com Cesário Rodrigues de Oliveira, avós paternos do prefeito e médico Dr. Keny Soares Rodrigues.
Na página 115 do mesmo livro, aparece o nome de Manoel Antônio do Prado, que era avô de Roselverte Antônio Pires, mais conhecido por Rosa (1923-2005), mas não cita quem eram os pais de Manoel. Manoel Antônio do Prado casou-se com Cândida Rodrigues da Costa e tiveram 4 filhos: Ana Antônia do Prado, Maria Antônia do Prado, Ranulfo Antônio do Prado e Argemiro Antônio do Prado, (o mesmo Argemiro patrono da Escola Estadual Argemiro Antônio do Prado). Ana Antônia do Prado casou-se com Belmiro Antônio Pires e tiveram 4 filhos: Roselverte mencionado acima, Roselmiro (Miro), Palmira e Palmerinda.
Com base nos relatos no livro do Oscar, e também com base nas incursões e buscas que fiz em cartórios e nas conversas que tive com inúmeras pessoas foi possível chegar até aqui. E assim, verificar que é possível dar prosseguimento na construção da árvore genealógica da Família Prado em Buritis, podendo chegar até os dias atuais. Os caminhos foram abertos, mas deixo aqui para quem sentir encorajado e quiser dar sequência neste trabalho excitante e prazeroso, que requer paciência, vontade, muita pesquisa e disponibilidade de tempo. Espero que esta iniciativa desperte em outras pessoas, o interesse de registrar e resgatar a história de sua própria família.
Muito obrigado a você, amiga e amigo, pela honra de sua leitura.